Entre os 10 inquéritos remetidos pela Polícia Civil de Bom Jesus para a Justiça na manhã desta terça-feira, constam irregularidades na Festa da Gila, evento organizado pela prefeitura e que ocorre anualmente. A suspeita partiu de vereadores de Bom Jesus que denunciaram irregularidades no plenário e também abriram investigação. Na festa do ano passado, indica a cobrança direta por parte de integrantes da comissão organizadora, a comerciantes que alugavam espaços na evento, e não o depósito em uma conta bancária. No evento deste ano, há suspeita de contratação irregular da empresa que promoveu os shows do evento.
De acordo com a vereadora Lucila Maggi (PMDB), a suspeita é que a Elitte Eventos, responsável pela locação da estrutura e agendamento de shows, seja uma empresa fantasma. Vereadores visitaram os três endereços descritos nas notas fiscais onde fica a empresa e não encontraram a sede da agência. No lugar, estavam duas casas e uma loja de cosméticos. Os telefones descritos na documentação estão desligados. Moradores de Canela desconheciam a empresa, segundo Lucila. O caso é investigado pelo Ministério Público e Polícia Civil.
Os vereadores da oposição também condenam o gasto excessivo de dinheiro público para a realização da festa. O limite orçamentário era de R$ 70 mil, mas a prefeitura gastou R$ 496.751,44, segundo levantamento dos vereadores. No site da prefeitura consta o pagamento de pelo menos R$ 306 mil para a Elitte Eventos. Na programação deste ano, que ocorreu em julho, teve shows de Chitãozinho & Chororó e Mano Lima.
- A cidade é pobre. Não temos hospital funcionando, problemas nas estradas, e este gasto é exorbitante - aponta Lucila.
A o prefeito de Bom Jesus, Frederico Becker, não atendeu os telefonemas do Pioneiro. Para a reportagem da Rádio Gaúcha, ele disse que ainda não sabia dos inquéritos. Conforme o prefeito, denúncias fazem parte do processo político e devem ser investigadas.
Irregularidades
Excesso de gastos na Festa da Gila, em Bom Jesus, é denunciado
Empresa organizadora da festa seria fantasma, acreditam vereadores
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