Começa nesta quarta, em Bento Gonçalves, o 6º Congresso Brasileiro de Equoterapia, que vai reunir especialistas nacionais e internacionais na terapia desenvolvida com cavalos. As palestras desenvolverão o tema "O praticante, o cavalo e o equoterapeuta". As atividades seguem até sexta-feira na Casa das Artes. As inscrições podem ser feitas na hora e no local do evento e as vagas são limitadas.
O congresso ocorre anualmente em diferentes estados e está pela primeira vez no Rio Grande do Sul. A promoção é da Associação Nacional de Equoterapia em parceria com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS)e com a prefeitura de Bento Gonçalves. Mais informações em equoterapia.org.br.
Os benefícios da equoterapia
Os 33 obstáculos da pista de areia são contornados com relativa facilidade se comparados aos desafios que essas crianças superam no dia a dia. Porém, é nesse espaço entre cavalos e árvores que os pacientes da equoterapia conseguem superar seus próprios limites e aprimorar aptidões físicas e psicológicas. Montados no cavalo, eles ganham equilíbrio, força muscular e desenvolvem a atenção e a autoestima.
- O cavalo tem um movimento chamado tridimensional que imita a marcha humana em 95%. Então, quando tu está montado no cavalo, está fazendo o mesmo exercício do que se estivesse caminhando - explica Fabiana Kintschner, instrutora de equitação e especialista em Deficiências Múltiplas e Psicotricistas.
A instrutora explica que a Equoterapia pode ajudar em variadas situações, desde problemas motores e Síndrome de Down até depressão. O Equocenter, em Caxias do Sul, possui 94 pacientes semanais. O tratamento é acompanhado por um psicólogo, um fisioterapeuta e um instrutor de equitação. Os resultados, normalmente, começam a parecer após seis meses.
Montada na égua Condessa, Milena Marcolin, 9 anos, se sente membro da nobreza. Com postura, ela sorri e posa para as fotos.
- Gosto de andar à cavalo, me sinto bem. A Condessa já é minha amiga - afirma a menina. Milena é portadora da Síndrome de Williams e participa da equoterapia há dois anos.
Melani Martins das Neves, 10 anos, tem autismo e pratica Equoterapia há seis meses. O avô, Luís Carlos das Neves, diz que a neta melhorou bastante nesse período, está mais confiante, não tem mais medo de descer escadas. Ela atravessa os 45 minutos de sessão com tranquilidade, o que já é uma vitória, segundo a instrutora Fabiana, já que no início a menina era muito agitada.
Após a sessão, os pacientes nutrem uma relação com os cavalos, dão comida, carinho e escovam a crina, o que contribui no tratamento. O Centro também oferece terapia com cachorros, o que desenvolve a sociabilidade e a concentração ao passear com os animais. Segundo Fabiana, não há uma raça específica, o único pré-requisito é que o cão seja dócil.
- Se usam animais nesses tratamentos por causa do amor incondicional que eles têm, sem preconceitos. Eles aceitam qualquer pessoa, do jeito que ela for - conclui Fabiana.