Basta passar algumas horas no Pronto-Atendimento de Caxias do Sul, em qualquer dia da semana, para confirmar a reclamação de inúmeros moradores da segunda maior cidade do Estado: a demora no atendimento. Diariamente, centenas procuram o principal pronto-atendimento público em busca de uma solução para dor e chegam a passar mais de 13 horas na sala de espera, entre a realização de exames, a divulgação dos resultados e a consulta com o especialista.
>> Você já enfrentou problemas no Postão 24h de Caxias? Dê o seu relato
O problema no Postão já foi tema de matérias do Pioneiro. Na última, publicada no dia 19 de abril no site e no dia 21 no jornal impresso, a secretária da saúde Dilma Tessari afirmou que a demora era reflexo da falta de médicos em unidades de emergência. A titular da pasta ainda disse, na época, que contratações estavam abertas e médicos estavam sendo chamados com contrato emergencial para atendimento, mas poucos tinham aparecido. Procurada nesta terça-feira, Dilma voltou a dar a mesma explicação, mas disse que está em busca de novas alternativas para o problema:
- Estamos, de todas as formas, tentando diminuir a aflição dessas pessoas que precisam do Postão 24h. Estamos com contratos emergenciais constantemente abertos, mas vemos que a mão-de-obra médica está difícil de ser encontrada no mercado. É preciso ver, também, que, por vezes, temos várias emergências para atender em um dia. Claro que isso vai atrasar as demais, as menos graves.
No final da tarde de segunda-feira, dois médicos se revezavam no Postão 24h para atender baleados, pessoas com inflamações nos rins, gripados, entre outros. Entre as 17h e 18h, mais de 60 pessoas aguardavam por atendimento:
- Estou com dor e ninguém me ajuda. É preciso mais alguém morrer para que algo seja feito nessa cidade? - gritou uma mulher ao perceber a presença da equipe do Pioneiro no Postão.
Jovens, adultos e idosos se espalhavam entre as 30 cadeiras da sala de espera. Era visível a aflição da maioria, que corria os olhos a cada vez que a porta que leva aos consultórios se abria. Em pouco mais de uma hora, apenas quatro pessoas foram chamadas e tiradas da sala de espera. O restante, muitos esperando por atendimento desde a manhã, voltaram a baixar a cabeça e torcer para ser o próximo da fila.
De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria da Saúde, a segunda-feira foi atípica: enquanto a média de atendimento/dia é de 460, na segunda foram registrados 606. O tempo máximo de espera, ainda de acordo com a assessoria, foi de seis horas.
Saúde
Mais uma vez, Postão 24h é alvo de reclamações em Caxias do Sul
Secretária da Saúde volta a afirmar que problema é reflexo da falta de médicos em unidades de emergência
GZH faz parte do The Trust Project