
O aumento das infiltrações na barragem do Marrecas, em Caxias do Sul, adiou por tempo indeterminado a entrega definitiva da obra que custou mais de R$ 250 milhões ao município.
Enquanto aguardam a conclusão de uma perícia solicitada pelo Ministério Público Federal (MPF) e reparos por parte do Consórcio Fidens-Sanenco, o prefeito Alceu Barbosa Velho (PDT) e o diretor-presidente do Samae, Edio Elói Frizzo, não assinarão o termo oficial de recebimento da represa.
A avaliação técnica realizada no final de novembro por um engenheiro civil do MPF apontará se a obra tem defeitos que comprometem a segurança ou o funcionamento. O estudo não tem prazo de conclusão porque depende de exames em laudos técnicos solicitados ao Samae. Os documentos exigidos pelo perito serão confrontados com o estudo realizado pessoalmente no complexo.
Embora o Consórcio Fidens-Sanenco garanta a segurança, o Samae não descarta um esvaziamento parcial da represa para reparos mais profundos. As infiltrações surgiram ainda no início do ano passado com o enchimento gradual do lago.
Desde então, equipes contratadas pela Fidens-Sanenco tentam conter os vazamentos na galeria e na parede externa de contenção da água. Os técnicos estão injetando espumas e gel de poliuretano nas goteiras e massa de cimento nas laterais entre o paredão da represa e as rochas.
O diretor de planejamento do Samae, Gerson Panarotto, garantiu a Frizzo que a vazão de água estabilizou, mas Frizzo é cauteloso:
- A vazão de água aumentou nas laterais do paredão. Não sou técnico para avaliar as condições, mas pagamos para receber uma represa 100%. Por enquanto, essa disputa está no nível administrativo.
Especialistas em auscultação (sondagem) e segurança de barragens do país também reforçam que pequenas infiltrações não comprometem a segurança. Os testes do Sistema Marrecas foram interrompidos no início de janeiro por conta de defeitos em uma peça da Estação de Bombeamento.