A primeira reação da maioria das pessoas ao saber de um acidente de trabalho é apontar o trabalhador como descuidado. Especialistas em assuntos relacionados ao trabalho, no entanto, refutam a ideia.
Para eles, mesmo que o funcionário tenha colocado a mão no lugar errado e esquecido de acionar alguma trava, ainda assim os sistemas de segurança deveriam ter funcionado para proteger inclusive o mais desatento trabalhador. Perder a vida enquanto se corre em busca do sustento não é raro.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) aponta que 321 mil pessoas no mundo morrem a cada ano em acidentes de trabalho. Em Caxias do Sul, foram três mortes em 2013. Na Serra, outras sete.
Em Caxias, comparado com o restante do Brasil, os números são elevados, aponta o gerente regional do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Vanius Corte. Segundo Corte, a média é de 7,5 mil acidentes por ano na cidade. O número é ainda maior, já que esses são apenas os notificados.
Sempre que ocorre um acidente, a empresa deve fazer a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT). É obrigação avisar o MTE. Caso contrário, a empresa pode ser multada. Neste ano Caxias vive uma mudança em relação a 2011 e 2012. A maioria dos acidentes tem acontecido na indústria metalúrgica. Na construção civil, campeã dos últimos dois anos, os números têm reduzido.
Na opinião de Corte, os acidentes acontecem porque as empresas não têm a segurança como prioridade. Para ele, a segurança deve ser encarada como investimento, não como gasto. E se não é prioridade do empregador, também não será do empregado.
A alta rotatividade, na visão de Corte, também é fator que pesa contra a indústria metalúrgica, setor que mais gera empregos em Caxias.
Alerta
Para especialistas, falta investir em prevenção de acidentes de trabalho em Caxias do Sul
Série de reportagens mostra motivos que deixam tantas vítimas
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