Neste final de semana, Nelci Gajardo Giacomel, Dilma Dalzochio Piccoli, Leocádia Nelsa de Césaro e Geni Maria Rosanelli dos Santos são as responsáveis por transformar as flores levadas pelos fiéis ao Santuário de Caravaggio, em Farroupilha, em arranjos que enfeitam o salão ou na seleção daquelas espécies que serão distribuídas ao povo no final de cada missa.
Nelci, 60 anos, e Dilma, 58, selecionam as rosas, crisântemos, violetas, entre outras, que serão dadas aos romeiros. As pétalas das que sobram são jogadas sobre os milhares de fiéis do alto da cúpula do santuário na missa campal de domingo, às 18h.
- Tem flores muito bonitas e flores mais simples, mas todas são importantes e oferecidas com muita fé - fala Nelci.
As flores são a forma que o povo encontrou para agradecer à Santa pela preces atendidas: uma doença curada, um neto que nasceu, um casamento que se realizou. E na hora em que elas voltam para o povo, todos querem uma flor, uma pétala, uma folhinha abençoada.
Já Geni, 52 anos, e Leocádia, 78, fazem os arranjos que enfeitam o santuário durante o final de semana. O trabalho é realizado pelas duas há mais de 20 anos. Este ano, mais de 700 rosas brancas enfeitarão o local em homenagem aos 50 anos de Caravaggio.
Nem as duas próteses no quadril usadas para conter o desgaste dos ossos impedem Leocádia de ajudar. Ela lembra que, antigamente, as flores eram colocadas também no andor de Nossa Senhora e as romarias eram feitas por estradas de chão.
- Agradeço à vida e à saúde de ferro que eu tenho. Enquanto eu tiver forças, estarei aqui. Se eu tenho condições de passear, tenho de trabalhar pela Santa também - diz.
Devoção
Flores dos fiéis transformam-se em arranjos e em chuva de pétalas durante a Romaria de Caravaggio, em Farroupilha
Pela fé, quatro mulheres trabalham voluntariamente nos festejos deste final de semana
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