O Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) projeta os primeiros testes na barragem do Marrecas para julho. Mesmo que tudo corra dentro do cronograma, o abastecimento só estará garantido para a região nordeste de Caxias do Sul a partir de agosto, o que inclui bairros como São Ciro, Mariland, São Cristóvão e Jardim das Hortênsias.
Na prática, a água só vai jorrar nas torneiras de outras comunidades somente quando a autarquia obter financiamento federal para implantar mais 23 quilômetros de adutoras, o que não tem prazo.
Na quarta-feira, o diretor-presidente do Samae, Edio Elói Frizzo, abriu as portas da represa para mostrar que os trabalhos não estão paralisados. Pelo menos quatro obras ainda estão pendentes, mas devem ser concluídas em 90 dias.
O Executivo quer minimizar as críticas de vereadores da oposição que questionam o andamento das obras e a demora para o Marrecas entrar em funcionamento. Hoje, uma comissão liderada pelo parlamentar Rodrigo Beltrão (PT) vai até a represa conferir o que ainda está pendente.
A barragem, que custou até agora R$ 254,2 milhões, também já apresenta defeitos. Equipes contratadas pelo Consórcio Fidens-Sanenco tentam conter uma série de infiltrações na galeria e na parede externa de contenção da água. Diretor de Planejamento do Samae, Gerson Panarotto garante que os vazamentos são normais uma vez que a estrutura é de concreto e recebe pressão de milhões de litros de água. A previsão é estancar as goteiras nos próximos dias. Para isso, técnicos estão injetando espumas e gel de poliuretano em 22 pontos.
Pelas contas do Samae, somente a construção da represa em Vila Seca e a aquisição das tubulações em ferro fundido consumiram quase metade do orçamento da obra. O restante foi aplicado na Estação de Tratamento de Água Morro Alegre, em adutoras e desapropriações de área, entre outros. Outros R$ 14 milhões correspondem a reajustes com as construtoras e fornecedores, os chamados termos aditivos. Pelo menos 80% desses contratos já foram auditados pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Abastecimento
Samae projeta testes na represa do Marrecas para julho em Caxias do Sul
Obra já custou mais de R$ 250 milhões
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