Em cerca de uma hora de explanação, a promotora Sônia Eleni Correa Mensch argumentou que Marcelo Sidnei Pires premeditou a morte de Daisy Cruz. Ela apresentou uma série de argumentos.
Entre eles, o depoimento do irmão do réu, a quem Pires teria dito um dia antes de a frentista ser morta: "Tem um boato que a guria desapareceu e dizem que o culpado fui eu". A conversa teria ocorrido no domingo, 19 de agosto, data em que Daisy rompeu o namoro com Pires. No dia seguinte, ele sequestrou, matou a frentista e escondeu o corpo, conforme revelou após ser preso.
De acordo com a promotora, o motorista também tentou criar um álibi, dizendo que um colega da Visate sabia que ele estava na empresa no horário em que testemunhas viram Daisy ser colocada à força em um Astra. A versão foi desmontada pela empresa, já que Pires não estava no trabalho naquela hora.
Sonia apresentou laudos periciais comprovando que o réu amarrou a vítima quando ela ainda estava viva e que apertou seu pescoço com tamanha força que chegou a quebrar uma cartilagem que dificilmente é fraturada, segundo a promotora. Para reforçar a brutalidade do crime, a promotora mostrou em um telão fotos do local e do corpo, o que levou familiares e amigos de Daisy ao choro. Neste instante, a o advogado Luís Fernando Possamai faz a defesa.
Reveja nas imagens o local onde o corpo da jovem foi encontrado:
Entenda o caso
:: A frentista Daisy Cruz, 24 anos, estava desaparecida desde a tarde de segunda-feira, dia 20 de agosto de 2012. As primeiras informações indicavam que, por volta das 14h50min daquele dia, moradores do bairro Cidade Nova, onde ela reside com os tios e uma prima, viram Daisy gritando dentro do carro do homem por quem teria um relacionamento, o motorista da Visate Marcelo Sidinei Pires, 30 anos.
:: Na segunda-feira, de acordo com testemunhas, logo após Daisy sair de casa para ir ao trabalho, Pires teria a abordado em uma rua do Cidade Nova. Já no Astra, a jovem teria gritado por ajuda, mas o motorista conseguiu levá-la com ele
:: Um tio da frentista comunicou o sumiço à polícia ainda na segunda-feira :: No domingo, a frentista e o motorista teriam encerrado um relacionamento amoroso que durou cerca de três meses. A frentista teria desistido do namoro ao descobrir que o motorista era casado.
:: Na manhã de terça-feira, dia 21 de agosto, Pires se envolveu em um acidente de trânsito na BR-116. Na colisão entre o ônibus que ele dirigia e um caminhão, morreu o caminhoneiro Eligio José Echer, 50. Após o acidente, Pires foi internado no Hospital Pompéia
:: Na quinta-feira, dia 23 de agosto, três testemunhas apontaram, em depoimento na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher, a suspeita de que o motorista seria o responsável pelo desaparecimento da frentista
:: Nesta sexta-feira, dia 24 de agosto, Pires recebeu alta do hospital e confessou envolvimento no desaparecimento da jovem em depoimento à Polícia Civil no final da tarde.
:: No começo da noite de sexta-feira, dia 24 de agosto, o corpo da frentista foi encontrado no caminho para a Linha 40.