Presentes em 35% da frota da Visate, ônibus com elevadores não estão garantindo que pessoas com deficiência consigam se deslocar com a mesma facilidade que os demais passageiros, em Caxias do Sul.
Frequentemente os equipamentos existentes nas linhas convencionais enguiçam e acabam deixando cadeirantes nas paradas.
Edimar Sachet, 25 anos, já passou por esse experiências três vezes nos últimos 15 dias. Cadeirante desde 2008, o atleta do time de basquete de rodas do Centro Integrado do Portador de Deficiência Física (Cidef) sempre olha no site da Visate os horários em que circularão coletivos adaptados. Porém, isso não tem garantido que chegue cedo em seus compromissos.
Há cerca de duas semanas, ele perdeu a sessão de fisioterapia e o treino do basquete. Isso porque ficou na parada de ônibus esperando das 12h30min às 15h30min por um coletivo com elevador que funcionasse.
Ele mora no bairro Santa Lúcia e treina na Universidade de Caxias do Sul (UCS).
Até a presidente do Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência, Cassandra Gomes Ramos, passou pela experiência.
Num mesmo dia, no final de abril, dois ônibus que a cadeirante teria de pegar estavam com o elevador inoperante.
- É importante que esses elevadores sejam testados a cada saída da garagem ou no ponto final. E tem outra questão séria aí. Não é só colocar um ônibus com elevador na linha. É preciso qualificar, preparar o operador e o motorista para isso. O que vem acontecendo é que o próprio PCD ensina o operador. Nós que dizemos onde eles têm de apertar. Eles têm medo de derrubar a gente, receio de operar - questiona Cassandra.
De fevereiro até maio, a Visate recebeu 305 comunicados de motoristas e operadores referentes a elevadores com problema. O número é considerado normal pela empresa, apesar de ser mais de duas vezes superior ao da frota equipada. Atualmente, a única concessionária do transporte coletivo em Caxias possui 116 ônibus com condições de transportar Pessoa Com Deficiência (PCD).
Segundo a assessoria de imprensa da Visate, cerca de 10 veículos por dia passam por manutenção preventiva e um dos itens verificados são os elevadores.
Uma força-tarefa estaria revisando todos os elevadores da frota. Uma ressalva é feita: em razão do reduzido uso do dispositivo em algumas linhas e do trepidar dos ônibus, os equipamentos podem emperrar, sengundo a empresa.
Outro motivo apontado para o não funcionamento é a falta de paciência de quem manuseia o dispositivo.
A Visate sustenta que usa a melhor marca de elevadores de embarque do mercado.
A assessoria de imprensa ressaltou que, no ano passado, uma pesquisa de satisfação sobre a frota adaptada apontou que 63,8% dos entrevistados estavam satisfeitos com a qualidade dos elevadores e rampas de acessibilidade.
Como proceder
Acessibilidade
Problemas com elevadores do transporte coletivo em Caxias do Sul preocupam cadeirantes
Em três meses, foram registrados 305 comunicados de conserto
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