Aguardado desde 2006, o aparelho de radioterapia instalado no Hospital Tacchini ainda não pode atender pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
O equipamento, chamado de acelerador linear, utilizado no tratamento de câncer, está funcionando desde fevereiro, mas em pacientes que possuem convênio.
Para que seja empregado em tratamentos via SUS, é preciso que o serviço seja credenciado pelo Ministério da Saúde.
Em média, 20 pacientes por dia são submetidos ao aparelho. Com o credenciamento ao SUS, o número total seria de 95.
Segundo o administrador do Tacchini, Armando Piletti, o hospital só poderá disponibilizar o serviço ao SUS quando houver a liberação do Ministério da Saúde. Isso porque o governo federal não repassa os recursos ao hospital referentes ao atendimentos públicos enquanto não sai a autorização.
- Não depende nada do hospital. Da nossa parte, está tudo rigorosamente em dia. Só estamos dependendo da autorização do Ministério da Saúde - diz Piletti.
O pedido de credenciamento ocorreu em fevereiro. De acordo com Piletti, para funcionar, o equipamento precisa também das permissões da Vigilância Sanitária e do Conselho Nacional de Energia Nuclear, ambas já concedidas.
Conforme a responsável pela 5ª Coordenadoria Regional da Saúde (CRE), Solange Sonda, a documentação necessária para o credenciamento do aparelho já foi enviada a Brasília. O Estado, que teria mandado um ofício pedindo a agilização, já vistoriou o serviço, segundo Solange.
- A previsão é de que, para qualquer credenciamento de alta complexidade, a demora seja de seis meses. O prazo é longo, mas é o habitual - explica Solange.
O aparelho de radioterapia era esperado em Bento desde 2006, quando foi eleito como uma das prioridades da população na Consulta Popular, do governo do Estado.
O equipamento foi avaliado em R$ 1,9 milhão. Somente em 17 de junho de 2008 a então governadora Yeda Crusius assinou a liberação de recursos para a compra do equipamento.
Em 2009, a prefeitura de Bento Gonçalves iniciou o processo de licitação para a aquisição do aparelho. Em novembro de 2010, pela prefeitura, começou o processo de importação dele, fabricado nos Estados Unidos.
Em agosto de 2011, o aparelho chegou na cidade. Para recebê-lo, o Tacchini passou por obras. Com recursos próprios e de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), um prédio foi construído junto ao hospital. São três pavimentos.
Enquanto o acelerador linear não atende ao SUS, os pacientes da região fazem radioterapia em Caxias do Sul ou em Porto Alegre.