No dia 3 de agosto, o Juventude perdia o seu camisa 9. Rodrigo Rodrigues se despedia diante do torcedor jaconero na vitória sobre o Novorizontino. O jogador estava de malas prontas para a Tunísia após marcar seis gols na Série B e 12 na atual temporada. O Espérance, um dos quatro maiores clubes do país, indicou que faria o pagamento da multa rescisória para contratar o jogador de 26 anos. Mas praticamente um mês e meio depois, o Verdão ainda aguarda pela quantia.
O clube não divulgou de quanto se trata o valor. Cogita-se nos bastidores do Alfredo Jaconi que a multa rescisória do centroavante girava em torno de 350 a 450 mil euros (algo entre R$ 1,8 milhão a R$ 2,3 milhões). Desta quantia, cerca de 70% ficariam nos cofres do Juventude, 20% com o CSA, ex-clube do atleta, e 10% são do próprio jogador.
Em entrevista ao Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha Serra, o diretor do Comitê Gestor do Ju, Jones Biglia, revelou como anda a negociação:
— Aconteceram algumas situações burocráticas que envolvem a Tunísia, uma país que tem a regulamentação diferente, mas isso ainda está em trâmite. Não fizemos ainda a transferência dele junto à FIFA porque depende de algumas questões. A princípio essa negociação está sacramentada. Cumprindo o que acertaram com o Juventude, segue o atleta pra Tunísia e o Juventude fica com o ressarcimento da multa compensatória.
O dirigente acredita que o Espérance fez o pagamento e que o valor deve ser depositado em breve.
— É um trâmite bem burocrático. Tecnicamente chato de explicar. Mas eles fizeram o pagamento dentro do país deles e tem etapas financeiras por regulações próprias da Tunísia. É um processo que está tramitando junto à FIFA. O Juventude está acompanhando, mas ainda não recebemos o valor — revelou Biglia.
Chance de voltar?
Por ainda não ter o vínculo encerrado com o Juventude, até que o clube da Tunísia confirme o pagamento, existiria a chance de Rodrigo Rodrigues voltar a vestir a camisa alviverde na Série B. O jogador ainda não fez sua estreia na equipe do exterior.
— A menos que eles desistam da contratação e paguem um valor, daí ele voltaria porque tem contrato vigente conosco. E poderia jogar porque não houve a desvinculação junto à CBF. Ela só acontece quando finalizar o processo na FIFA que está em trâmite. Tomamos todas as cautelas com no Departamento Jurídico para fazer a liberação do contrato quando haja o "ok" da FIFA e da CBF, com o recebimento da compensação financeira — destacou o diretor alviverde.
Mas a possibilidade do camisa 9 voltar, no entanto, é mínima. A tendência é de que o Ju receba o pagamento nos próximos dias.
— É uma questão contratual. Eles sinalizaram o pagamento da multa e não tínhamos o que fazer. Tentamos, do ponto de vista de negociação, a manutenção dele porque entendíamos que era importante que ele ficasse. Havia o encaixe da equipe com ele e tivemos um pouco de dificuldade após a saída —aponto Biglia.
O time do técnico Thiago Carpini teve dificuldades após a venda do centroavante. O Verdão investiu cerca de 750 mil reais para contratar Erick Farias, do Ypiranga. E ainda trouxe Gabriel Taliari, do CSA, na nova janela de transferências, aberta para times da Segunda Divisão se reforçarem com atletas que estavam disputando a Série C.
— São dois atletas interessantes que, ainda dentro desta competição, podem dar o retorno que a gente espera quando fizemos o investimento — finalizou Biglia.