A 18ª edição da segunda temporada do Paixão Ca-Ju Podcast está no ar. Neste episódio, o torcedor do Caxias terá a oportunidade de ouvir as histórias e os bastidores do trabalho de José Caetano Setti no departamento de futebol profissional do Caxias entre 2016 e 2019. Esta é a segunda parte da entrevista. Na primeira, Setti falou sobre o trabalho nas categorias de base. No primeiro ano da última passagem pelo principal departamento do clube, o cenário era de desilusão.
— Vamos falar assim, o trabalho era muito grande. As reuniões eram para fechar o clube. Até que o Nelson Rech decidiu pegar. Quando chegamos, o clube caiu para a Série C também. Não foi só do Gauchão. Era todo salário atrasado. Estava horrível. Nos organizamos e pediram para eu ajudar. Mas no futebol, tem certas coisas que não abro mão. Uma é o vestiário blindado. Não é festa ali. E eu blindo mesmo, se ficar brabo, azar — declarou Setti, que também falou como era administrar o polêmico meia Wagner:
— W10 você tinha que saber chegar nele. A grande vantagem dele e era fácil administrar porque os jogadores gostavam dele. Quando o grupo abraça o cara é fácil. Então, dizia pra ele concentrar na quinta-feira e ele ia. Ele ganhou três clássicos seguidos. Ele virou ídolo, ele era o cara. O grupo gostava, a torcida também e tu ficava na ponta da espada — revelou.
Em 2019, o Caxias disputou o jogo do acesso à Série C contra o Manaus. Após vencer o confronto de ida por 1 a 0, o Grená sofreu uma derrota por 3 a 0. O jogo foi marcado por inúmeros problemas enfrentados dentro e fora de campo. Para Setti, tiraram o acesso das mãos do Caxias.
— O que mais me machucou foi em Manaus-AM. Aquilo foi uma vergonha. Saiu o jogo e já anularam um gol. Depois uma voadora no Foguinho. Era pênalti e expulsão. Depois a bola ia entrar e um cara tirou com a mão. A pressão era grande. Não tinha polícia, ninguém revistando. O juiz entrou no vestiário 10 minutos antes do jogo. No nosso ônibus tinha cara com metralhadora. Aquilo me doeu porque foi roubado, tiraram de nós — desabafou o ex-dirigente.