O Juventude até namorou o G-4, mas nunca esteve tão próximo de oficializar o seu relacionamento com as posições mais altas da tabela da Série B. Diante do Vila Nova-GO, nesta segunda-feira (7), o Verdão precisa de uma vitória simples para figurar pela primeira vez, após 22 rodadas, entre os clubes que hoje alcançariam o acesso à elite do futebol nacional. O encontro está marcado para às 18h, no Alfredo Jaconi.
O técnico Thiago Carpini mantém o mistério quanto aos substitutos do suspenso Jadson e do agora ex-centroavante alviverde Rodrigo Rodrigues, negociado. Erick, ex-Ypiranga poderá fazer a estreia coma camisa alviverde. E Fábio Gomes deve ganhar mais espaço como centroavante. Em meio às indefinições se existe uma certeza na escalação é a de que nela estará um jogador que também vive um novo romance.
Aos 22 anos, Vini Paulista deixou de lado as críticas, abandonou a posição de atacante, graças aos conselhos do treinador do Ju. O atleta desponta como um dos jogadores que mais cresceu no time, atuando em uma nova função, a de volante. E isso aconteceu na 14ª rodada, diante do Londrina, quando ele até marcou o gol da vitória por 2 a 1, no Paraná.
— Foi algo bem natural. O Carpini começou me colocando nessa posição nos treinos e fui me adaptando bem. Foi antes da partida contra o Sport. Ele chegou pra mim e perguntou: "Se precisar que você entre como volante, consegue? ". Falei que conseguiria sim. Depois da partida com o Sport veio o jogo com o Londrina, quando iniciei pela primeira vez como volante. Estou gostando tanto que já falei que agora sou um ex-atacante — brincou o atleta em entrevista ao Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha Serra.
A nova função de Vini na equipe foi um achado de Thiago Carpini. O jogador só havia atuado como volante quando ainda era uma criança sonhadora que deixava a cidade paulista de Santa Bárbara do Oeste para fazer parte das categorias de base do Grêmio.
— É a primeira vez que estou jogando como volante nos profissionais. Bem no comecinho da carreira, logo que cheguei no Grêmio, aos 11 anos, o time jogava com um losango no meio e eu fazia ali o segundo homem. Mas faz muito tempo. Sempre atuei na ponta depois — revelou.
Motivado pelo pai que o colocou numa escolinha de futsal na cidade paulista desde criança, Vini deu os primeiros passos no Tricolor, onde fez parte do time que conquistou o Brasileirão de Aspirantes, em 2021.
— Eu tenho quase certeza que um olheiro do Grêmio viu meu vídeo no YouTube e nele tinha um contato que meu pai deixou. Daí fui pro Grêmio no sub-11, subi até os Aspirantes e atuei em alguns jogos da equipe principal naquele ano —destacou.
Momentos difíceis na chegada ao Ju
Sem espaço no Grêmio, Vini chegou no começo de 2023 no Alfredo Jaconi em busca de novos ares. O jogador até iniciaria entre os titulares no primeiro jogo alviverde na temporada, diante do Inter. Na época, Celso Roth optou por escalá-lo como atacante. Mas na véspera do jogo de abertura do Gauchão veio uma lesão que atrapalhou os planos do paulista.
— Foi num treino de bola parada, em uma dividida com o Thiago Couto, levei a pior. Fraturei a mandíbula. E foi muito difícil porque tive que colocar um aparelho na minha boca, ela ficou fechada por duas semanas, não conseguia nem comer. Só alimentos batidos no liquidificador. Em um mês perdi seis quilos. Tentava conversar e não conseguia. A minha namorada (Maria Eduarda) ficou comigo e foi bem paciente preparando minha alimentação, foi um anjo pra mim. Só podia tomar sopa e ainda sim ela tinha que passar no liquidificador. Virava um creme e tinha que ir sugando pra conseguir me alimentar — detalhou Vini.
Superada a lesão, o jogador teve poucas oportunidades e foi parar na equipe de transição. Com a chegada de Pintado, Vini voltou ao elenco principal e recusou propostas para deixar o clube.
Atualmente, o volante deu a volta por cima e tem sido fundamental na equipe. Uma de suas características é o desarme. Pelo menos dois gols que resultaram em vitórias alviverdes na Série B saíram neste quesito: diante do Londrina, quando ele mesmo marcou o gol, roubando a bola do zagueiro, e contra o Vitória, em assistência de David para o gol de Nenê.
— Eu estou muito feliz com o meu momento e o da equipe. Viemos de oitos jogos de invencibilidade fazendo grandes partidas. O Carpini é um cara sensacional, me deu essa oportunidade e consegui aproveitá-la bem, tendo sequência. Às vezes tinha uma certa dificuldade em jogar de costas, mas fui me acostumando aos poucos. De vez em quando até tento dar umas escapadas pro ataque (risos) — destacou o volante, que agora não pensa em voltar atrás:
— Minha ideia hoje é me firmar como volante. Estou me desenvolvendo bem ali. O professor tem me falado que, conforme eu for pegando confiança, tenho tudo pra me firmar como um bom volante. Agora temos esse jogo com o Vila Nova que é muito importante. Vai ser uma partida difícil, mas temos trabalhado bem e acredito num grande jogo. É muito importante o torcedor comparecer ao Jaconi. Somos muito fortes com a presença deles.
Velho rosto na casamata do rival
O ex-técnico do acesso alviverde da Série C para a Segunda Divisão, em 2019, fará sua estreia no comando do Vila. Marquinhos Santos, de 44 anos, assume o clube após a queda de Claudinei Oliveira. A última equipe de Marquinhos Santos havia sido o Paysandu.
Com 35 pontos, os goianos não vencem há cinco jogos - com quatro derrotas e um empate -, mas podem voltar ao G-4 em caso de vitória. Marquinhos terá o retorno do lateral Rodrigo Gelado, suspenso diante do Sport. O atacante Caio Dantas, ainda não se recuperou de uma lesão muscular na coxa e segue fora. Mesma situação vive o meia Marlone. Já o ponta Matheus Sousa está com entorse no tornozelo..
O lateral-esquerdo Marquinhos Pedroso, ex-Grêmio, e o atacante Juan Christian, foram os últimos reforços do clube na janela de transferências e podem fazer suas estreias em Caxias do Sul.