Demorou mais de quatro meses, mas enfim o torcedor do Juventude pôde conferir a primeira partida do guatemalteco Gerardo Gordillo com a camisa alviverde. Na estreia da Série B, diante do Botafogo-SP no último sábado, o zagueiro formou dupla de zaga com Danilo Boza na derrota por 2 a 1, no Alfredo Jaconi.
Ainda fora de seu melhor ritmo, o jogador encontrou dificuldades para se entrosar com os demais atletas e acabou protagonizando um lance de perigo ao perder a bola ao tentar sair driblando, ainda no primeiro tempo, quando o jogo estava em 0 a 0.
— Na verdade, foi difícil. Por toda a expectativa que eu tinha e que o pessoal aqui do Brasil tem em mim, mas essas coisas que acontecem me fazem mais forte. Para chegar aqui, eu lutei muito. Na minha vida sempre fui um lutador, não só na minha profissão, e vou continuar, não vou parar. Futebol é assim, tem dias bons, outros nem tanto. Sempre que amanhece um novo dia, a gente se prepara para outro jogo — destacou o zagueiro.
No dia 12 de janeiro, Gordillo teve constatada uma lesão muscular na coxa. A previsão de retorno aos gramados era de 15 a 20 dias. Mas, ao tentar o regresso, o jogador acusou dores no tornozelo, ampliando o tempo de parada. Apenas no dia 11 de março o atleta reuniu condições de atuar. Mesmo assim, o defensor assistiu do banco a vitória alviverde sobre o Brasil, na despedida do Estadual.
O jogador chegou a ser convocado no dia 12 de março para dois jogos da Guatemala pela Liga das Nações da CONCACAF, mas mesmo sendo o capitão do time, Gordillo não chegou a entrar em campo.
— Tem muito tempo que não jogava uma partida oficial, mas tenho que evoluir muito ainda. Foi muito difícil ficar longe da minha família. Longe de todo mundo. Além de jogador, sou uma pessoa e tudo isso que acontece é porque eu quis muito estar aqui e ter sucesso — apontou o defensor.
Começar a caminhada rumo a Série A com derrota em casa não é bom para quem tem como objetivo o acesso, mas o zagueiro aprovou o desempenho da equipe de Pintado.
— Na verdade, só faltou meter a bola no gol deles. A gente fez muitos cruzamentos, conseguimos elaborar algumas jogadas por dentro, com chutes de longe também, mas infelizmente o goleiro deles estava numa noite boa. Vínhamos trabalhando forte, mas não conseguimos o gol que era o que a gente precisava — afirmou o guatemalteco.
Gordillo ainda enaltece a importância de recuperar fora, contra o Novorizontino, no sábado (22), os pontos que escaparam no Alfredo Jaconi.
— Eu fico satisfeito com a coragem e entrega do grupo que tentou a todo momento ir pra frente, mas infelizmente o futebol tem disso. É difícil falar agora, a gente tem que fazer, porque deixamos escapar três pontos aqui em casa, que é muito importante na Série B. Agora, vamos sair pra buscar a vitória porque vamos precisar. Nós jogadores queremos ganhar mais que todo mundo — finalizou.
Titularidade ameaçada
A derrota na estreia na Série B veio após o treinador alviverde ter dor de cabeça para montar a defesa diante do Botafogo-SP. Mesmo sem o entrosamento ideal pela longa parada, Gordillo teve que ser escalado no time porque quatro jogadores do setor não tinham as melhores condições para atuar.
Walce requer cuidados de quem teve três problemas graves no joelho nos últimos anos e seguiu fazendo reforço muscular. Zé Marcos deixou a transição física há uma semana. O jogador ainda não fez sua estreia com a camisa alviverde na temporada. E o zagueiro Douglas recupera-se de uma lesão sofrida ainda na nona rodada do Campeonato Paulista, quando estava na Inter de Limeira, com o técnico Pintado. O atleta ainda não assinou contrato com o Verdão.
Já o zagueiro Romércio chegou durante a semana da estreia na Série B. O defensor do São Bernardo foi alternativa no banco na primeira rodada e é o principal candidato à vaga de Gordillo para a partida diante do Novorizontino.
— Às vezes parece que eu faço as coisas sem pensar, mas não é. É por necessidade que a gente tem que acabar improvisando ou utilizando um jogador que não é da posição, mas era isso que a gente tinha que fazer nesse momento, a gente não podia fugir. Não tem como inventar algo da noite pro dia. São apenas 30 dias de trabalho pra gente iniciar uma nova caminhada num campeonato muito difícil. A gente vai sofrer no início. Os reforços vão nos ajudar muito, o grupo tem trabalhado e tenho convicção que esse grupo vai continuar lutando — destacou Pintado.