O jogo entre Caxias e Ypiranga, na tarde deste sábado (4), válido pela décima rodada do Campeonato Gaúcho acabou marcado por mais uma denúncia de injúria racial no futebol. Aos 31 minutos do primeiro tempo, quando as equipes empatavam em 0 a 0, o banco de reservas do Ypiranga chamou o árbitro Roger Goulart.
O massagista do Ypiranga, conhecido como Marcão, fez a denúncia ao árbitro. Instantes antes, um torcedor do Caxias teria proferido as ofensas racistas direcionadas a um jogador do time de Erechim. O jogo ficou paralisado por sete minutos. Neste período, o torcedor foi identificado e deixou o setor social acompanhado por seguranças do clube. Um boletim de ocorrência foi registrado.
Após o jogo, o massagista preferiu não falar sobre o caso. O Ypiranga se manifestou através de uma nota. O clube revelou que as ofensas foram direcionadas ao zagueiro Windson.
— O Ypiranga Futebol Clube vem por meio deste manifestar seu repúdio às palavras racistas direcionadas ao atleta Windson, por um torcedor do S.E.R. Caxias, no confronto de hoje, no Estádio Centenário. O indivíduo foi reconhecido por um membro da comissão técnica do Ypiranga e conduzido a Delegacia para prestar esclarecimentos. O Ypiranga F. C. se solidariza com o atleta e está prestando toda a assistência ao profissional. Que atos como este jamais voltem a ocorrer.
Ainda durante a partida, o Caxias divulgou uma nota. O clube informou que o torcedor foi levado para a autoridades para prestar os esclarecimentos. O grená ainda afirmou que prestará todo o time de informações as autoridades.
— A S.E.R. Caxias esclarece que diante dos acontecimentos no 1° tempo do jogo diante do Ypiranga, após denúncia de ofensa por parte de um integrante da Comissão Técnica do Ypiranga, o torcedor foi identificado e levado para as autoridades. O indivíduo foi conduzido à delegacia para prestar esclarecimentos. O Caxias prestará todo tipo de informações as autoridades para que o tal ato seja esclarecido — declarou o clube em nota.
OUTRO CASO
No dia 16 de fevereiro, um caso de injúria racial foi registrado na partida entre Novo Hamburgo e Caxias no Estádio do Vale. Na ocasião, um torcedor do time da casa teria proferido ofensas ao banco grená. Na oportunidade, ambos os clubes se manifestaram.
Neste sábado, após a vitória por 3 a 0 sobre o Ypiranga, o executivo de futebol do Caxias também comentou o ocorrido. Marcelo Segurado lamentou o caso e disse que se houve o crime, o torcedor tem que cumprir a lei.
— Lá em Novo Hamburgo nós temos a filmagem. É lamentável. Não cabe mais isso em lugar nenhum, um absurdo. O que me falaram, da administração do Caxias, que identificaram (o torcedor). Agora é saber se realmente aconteceu, se houve o cometimento deste crime. Se não houve, que prove. Agora, se houve que venha cumprir na forma da lei — afirmou o executivo grená.