Enquanto o Brasil e o mundo prestam as últimas homenagens ao maior jogador da história do futebol, em Caxias do Sul, as lembranças de quem esteve perto de Pelé aparecem cada vez mais forte na mente destas pessoas. É o caso do ex-presidente do Juventude, Marcos Cunha Lima.
Em 1995 o dirigente alviverde acompanhou de perto a vinda do Rei para Caxias do Sul.
— A visita do Pelé até Caxias do Sul foi uma iniciativa da Parmalat, parceira do Juventude na época, para que ele conhecesse o projeto do clube. E ele ficou impressionado com a infraestrutura. Sabia da existência do clube, mas não imaginava que era deste tamanho — revela Cunha Lima.
Mais do que craque dentro das quatro linhas, Pelé mostrou ser Rei em dar atenção a quem estava a seu redor naquele momento.
— Ficamos impressionados com a simplicidade do Pelé, inclusive com a torcida que estava presente. Ele foi muito atencioso e o que mais me chamou a atenção é que, além de ser majestoso no campo, ele era Rei no trato com as pessoas.
Ao lado do Rei
O fotógrafo Gilmar Gomes acompanhou a visita de Pelé ao Estádio Alfredo Jaconi, em 1995, pelo jornal Pioneiro. O profissional lembra, 27 anos depois, detalhes daquele momento especial. Gilmar esteve próximo do ídolo o tempo todo, desde sua chegada no aeroporto.
— Foi bem exaustivo, mas o Pelé atendia cada um, foram milhares de autógrafos. Pelo menos não tinha ninguém para filtrar ele e tirar do circuito. Ele sempre tinha um sorriso, se aproximava de todos sem frescura — destaca Gilmar.
Não era da conduta de Gilmar pedir autógrafos para os famosos quando fazia coberturas jornalísticas, mas o fotógrafo abriu uma exceção para o Rei.
— Durante 15 anos em que trabalhei no jornal, eu não achava muito ético pedir autógrafo para as pessoas. Sempre tive certo distanciamento porque não achava legal ficar tietando. Via colegas fazerem isso e não queria ser como eles. Mas quando vi a simplicidade de Pelé, a figura, o que representa, tirei meu cartão, pedi o autógrafo e ele assinou com um sorriso.