A luta do judoca de 19 anos que deixou a família em Rondônia para treinar no Rio de Janeiro foi premiada na tarde desta terça-feira (3). Para chegar ao bronze, Rômulo da Silva Crispim derrotou o campeão mundial da categoria, o coreano Jongwook Jung, na primeira rodada. A medalha nas Surdolimpíadas em Caxias do Sul veio com a vitória sobre o turco Enes Yildiz na disputa pelo terceiro lugar.
Essa é a primeira conquista internacional de Rômulo, que já havia conquistado ouro em duas oportunidades nas Surdolimpíadas nacionais. Logo após a vitória na disputa pelo bronze, Rômulo correu para fazer uma chamada de vídeo com a mãe, direto de Ariquemes, sua cidade natal.
— Fiquei muito emocionado por conta da minha mãe, era um sonho dela, estão todos muito felizes lá no Norte. Nunca tinha visto tantos atletas, de tantos países juntos, e ganhar uma medalha é motivo de muito orgulho — contou o judoca através da intérprete Jaqueline Aparecida.
A emoção de Rômulo no Recreio da Juventude, sede do judô nas Surdolimpíadas, era compartilhada por toda a equipe brasileira que rodeava o judoca à espera de subir ao pódio. Entre eles, a técnica de Rômulo, Raquel Silva. A agora Sensei, se aposentou dos tatames aos 28 anos e compartilha sua experiência em Caxias do Sul. Nascida em uma família de judocas, Raquel é irmã da medalhista olímpica Rafaela Silva, ouro no Rio de Janeiro, em 2016.
— Fico muito emocionada pela conquista que não é só dele, mas de toda a família. Eu sei quanto é preciso lutar para buscar um espaço no esporte — comentou Raquel.
Segundo a treinadora, essa pode ser a última medalha de Rômulo na categoria até 66kg. Por ser muito alto, o atleta dificilmente se manterá no peso, e obrigará sua equipe a realizar adaptações.
— Vamos fazer um trabalho para aumentar o peso dele, novos desafios virão. Estou adorando essa experiência olímpica, posso transmitir minha experiência a eles e também absorver aprendizado — comemora a técnica.