A semana mais corrida do Caxias no Campeonato Brasileiro da Série D, será também a de maior preocupação com o desgaste para a comissão técnica grená. Além das três partidas no espaço de oito dias, outro fator que interfere na avaliação é a longa viagem de ônibus para Pato Branco-PR, onde o time gaúcho encara o Azuris, na quarta-feira (27), às 20h, na partida adiada da primeira rodada do grupo 8 da Quarta Divisão nacional.
O time saiu de Caxias do Sul no final da manhã desta segunda-feira (25) para uma viagem de 10 horas de ônibus até o Paraná. Após vencer o Juventus-SC, no sábado (23), os jogadores que atuaram mais de 45 minutos realizaram um treinamento regenerativo no domingo. Antes do início do deslocamento para o interior paranaense, o grupo realizou atividades no gramado do Centenário.
Ainda assim, o técnico Luan Carlos lamentou a sequência de partidas logo no início da competição.
— A gente reclama muito da qualidade dos jogos no futebol brasileiro, e é de fato, temos deixado muito a desejar em relação à qualidade. Mas muito por culpa de quem organiza as competições. Se coloca o Caxias a jogar aqui no sábado e hoje (segunda-feira), são as 48 horas (pós-jogo), que é o momento de mais importância para recuperar os jogadores, vamos pegar uma viagem de 10 horas. Não é uma recuperação ideal. Com certeza, vamos ser cobrados por rendimento, por resultado, como é em todo lugar, mas vejo que deixamos a qualidade do jogo menor. Se você não tem o atleta totalmente recuperado, a qualidade diminui — explanou o treinador grená.
Segundo Luan, até mesmo o potencial do confronto entre Azuris e Caxias fica prejudicado por conta dos jogos seguidos das duas equipes:
— Lamento muito por isso, acho que poderia ser um jogo muito mais qualificado, não só do Caxias, mas também do Azuris, que é um baita time, tanto que está na terceira fase da Copa do Brasil. Espero que a gente consiga fazer um bom jogo e superar essas adversidades e que consiga se adaptar a essas situações, porque é algo natural dentro do nosso calendário.
DÚVIDAS
Por conta desse desgaste e da viagem, Luan Carlos não descarta uma mudança na formação do Caxias. O principal temor do treinador é perder jogadores por mais tempo por conta de um desgaste excessivo logo na primeira semana de competição — a única que não terá espaçamento mínimo de cinco dias entre uma partida e outra.
— Estamos pensando em preservar, estamos analisando bem. Têm jogadores que vinham de poucos jogos no ano. O Diego Mathias, por exemplo, não tinha iniciado nenhum jogo esse ano ainda, foi o primeiro que ele começou. E sentimos um pouco de dificuldade dele nas ações. Estamos analisando com muito critério. Nesse início de campeonato, nosso ideia é pontuar o máximo possível, mas sem expor nossos atletas ao risco de lesões e tentar focar nessa recuperação — explicou o treinador.
O treinamento da tarde de terça-feira será importante para a confirmação da equipe que entra em campo contra o Azuris, mas não será decisivo. A resposta física dos atletas terá um papel relevante nessa escolha.
— Precisamos ter uma inteligência muito grande da nossa equipe técnica para escutar bem nossos jogadores, entender como vai ser esse processo de recuperação e tentar ver, dentro dessa análise, o que temos de melhor para esse jogo — concluiu Luan Carlos.