O empate do Juventude com o São Paulo, na partida de ida da terceira fase da Copa do Brasil, agradou ao técnico Eduardo Baptista. Não pelo resultado de 2 a 2 em si, mas pela forma como sua equipe se comportou no confronto no Estádio Alfredo Jaconi na noite desta quarta-feira (20).
Nem mesmo o gol sofrido nos acréscimos, que tirou a vitória da mão alviverde, pesou na avaliação do treinador.
- A palavra é resiliência. As coisas estão acontecendo e alguns percalços, algumas situaçõezinhas, têm nos tirado a vitória. Mas acho que o caminho é esse, o primeiro tempo com um nível técnico e tático muito bom. Conseguimos defender, se pegar o jogo todo, o São Paulo deve ter dois ou três chutes ao nosso gol - analisou o treinador, entendendo que seus comandados fizeram por merecer a vitória:
- O resultado, até por merecimento, não foi justo pelo que a equipe produziu e pelo que o adversário fez.
Nos três jogos mais recentes - dois do Brasileirão e um da Copa do Brasil -, o Juventude sofreu oito gols. Ainda assim, o comportamento ofensivo da equipe é incentivada pelo seu treinador. Para Baptista, o time não tem que mudar a caraterística:
- Não vai perder a coragem. Se tiver que tomar gol ainda, vamos tomar para criar essa casca de coragem, esse corpo de marcação, criar esse jeito de jogar. A equipe do São Paulo não finalizou a gol. Se tivesse dado 10 chutes, estaria preocupado. São detalhes, que temos que estar concentrados para não tomar os gols. Mas defensivamente me deixou muito satisfeito.
Questionado se esse pensamento ofensivo não pode prejudicar o time defensivamente, Baptista ponderou com a forma como o rival agrediu sua equipe em relação a outros jogos:
- Nós não sofremos chutes de uma equipe que contra o Palmeiras finalizou 17 bolas no gol, contra o Flamengo, no Maracanã, finalizou 10 bolas no gol. O ser ofensivo, ser ousado, não tem muito a ver. Nós marcamos bem, neutralizamos, é uma maneira de jogar. Você pode ser ofensivo e ser defensivo como fomos hoje.
Um dos pontos que chamou a atenção na partida foi a atuação do árbitro carioca Wagner Magalhães do Nascimento. Entre os lances polêmicos, uma forte entrada do zagueiro Miranda no atacante Edinho, que tirou o jogador alviverde de campo chorando e na maca.
O clima entre os jogadores durante o confronto e após a partida foi de animosidade, o que pode gerar para o jogo da volta, marcado para o dia 12 de maio, no Morumbi, um duelo ainda mais tenso.
Na avaliação de Baptista, a disputa é natural da competição. O técnico concentrou a crítica para a arbitragem no lance que gerou a lesão de Edinho.
- Esse clima é natural de um jogo de Copa do Brasil. Foi altamente disputado, competitivo. Meu único quesito em relação ao juiz foi o lance do Edinho, que foi na minha frente e me assustou. O risco de tirar um menino desse da carreira de jogador é gigante. Foi uma irresponsabilidade, é um perigo imenso e ele devia coibir. Quando ele fala que não foi nada, que ele tem que levantar e o menino saiu de muleta aqui - afirmou o técnico, reafirmando a postura que espera de sua equipe em campo:
- Na hora que tiver que marcar, vamos marcar. Na hora que tiver que jogar, vamos jogar. E na hora que tiver que ser malandro, vamos ser também. Não tem gatinho na Série A. Tem que ser malandro, tem que ser mal e fazer a coisa acontecer.