Um clássico, com toda sua tradicional rivalidade, é sempre marcado por situações que transcendem as quatro linhas. Para os técnicos, vencer uma partida desta distinção sempre é a oportunidade de marcar seu nome na história e, desta forma, estão preparando estratégias específicas para o duelo desta segunda-feira (5). Assim, o Taticamente propõe mostrar os padrões táticos apresentados por Caxias e Juventude na temporada e o que poderemos ver em campo.
Caxias
Desde 2019, quando assumiu o Caxias para a disputa da Copa FGF e debutando como técnico profissional, Rafael Lacerda monta o Caxias no esquema 4-2-3-1. Em 2021 não é diferente, embora tenha alternado para o 4-4-2 na última rodada, quando sua equipe perdeu para o Novo Hamburgo.
A equipe se caracteriza pelo jogo em velocidade pelos lados do campo, utilizando laterais ou pontas com essas características - neste ano, John Lennon e Gustavo Ramos. Embora tenha tenha capacidade de adaptar ao jogo de troca de passes curtos desde o campo de defesa, principalmente contra equipes que baixam as linhas de marcação, a preferência de Lacerda é por um jogo direto, que possibilite jogadas de cruzamento pelos lados, ou duelos de 1 x 1 contra os jogadores da defesa adversária.
Os cruzamentos para área, aliás, são o ponto forte da equipe Grená. Desta forma a maior parte dos gols nesta temporada foram marcados. O centroavante Giovane Gomez e os zagueiros Guilherme Mattis, Henrique e Thiago Sales vêm tendo bom aproveitamento nas jogadas pelo alto, com Eduardo Diniz assumindo o papel de garçom desde a saída de Ivan para o Goiás.
Na marcação, a equipe de Lacerda costuma de organizar no 4-4-2, com os pontas se alinhando aos volantes, e o meia (Jhon Cley ou Diogo Oliveira) combatendo a saída de bola do adversário na última linha, junto de Giovane Gomez. O modo de marcação é de encaixe individual, com acompanhamento dentro do setor específico de cada jogador.
Para a partida desta segunda-feira (5), Guilherme Mattis e Juliano (na imagem) podem não atuar, pois recuperam-se de lesões. Caso Henrique, Vidaletti ou Tontini joguem, o sistema não mudaria, mesmo com características diferentes. O mesmo vale para a escolha do camisa 10: Jhon Cley ou Diogo Oliveira.
Juventude
Podendo ter até sete modificações em relação ao time que tem atuado com frequência no Campeonato Gaúcho e Copa do Brasil, o Juventude terá o desafio no clássico Ca-Ju de conseguir manter seu padrão tático.
A equipe começou a temporada tentando praticar o jogo de posição, modelo utilizado por Marquinhos Santos em 2019. Contudo, a curta pré-temporada e os resultados iniciais negativos no Gauchão, como derrotas para Inter, São Luiz e Pelotas, fizeram o treinador mudar o plano, priorizando a organização defensiva.
Depois de iniciar o ano no 4-3-3, a medida que os reforços foram se condicionando fisicamente, o Ju conseguiu atingir seus melhores desempenhos e resultados atuando no 4-2-3-1. João Paulo e Elton formam a dupla de volantes protegendo a defesa e Guilherme Castilho, volante de origem, atua mais avançado como armador.
Pelos lados do campo, Capixaba e Marcos Vinicios são os pontas que atuam em lados contrários ao seu pé preferencial. Capixaba, canhoto, atua pela direita, enquanto Marcos Vinicios, destro, faz o lado esquerdo. Essa escolha possibilita que os atacantes busquem o jogo por dentro e se aproximem da área, onde está o centroavante Matheus Peixoto.
Pelas laterais, Paulo Henrique e Eltinho têm liberdade para o apoio em profundidade. Suas chegadas ao fundo do campo têm sido as principais jogadas do Verdão na temporada, principalmente com cruzamentos para Peixoto, referência na bola aérea. Contudo, o movimento dos laterais por dentro, os pontas por fora, tradicional no time alviverde 2019, tem sido visto com menos frequência.
Na marcação, o time do Juventude também se organiza no 4-4-2. Os pontas se juntam para a linha de meio-campo junto aos volantes, enquanto o meia Guilherme Castilho se soma a Matheus Peixoto na pressão na saída de bola do adversário.
Contra o Aimoré, o quinto jogo seguido com a mesma base de equipe titular, o alviverde conseguiu executar bem a pressão alta no primeiro tempo, dificultando a vida do Índio Capilé. No entanto, como o time para enfrentar o Caxias terá algumas caras novas, como Samuel Santos, Rafael Forster e Júnior Todinho, fica a dúvida se eles já estão familiarizados as ideias do técnico Marquinhos Santos para dar sequência a modelo de jogo das últimas rodadas.