O retorno do Gauchão está programado para a semana que vem e o Pioneiro está conversando com os técnicos dos times da Serra sobre a situação de cada equipe para a volta da competição e o pensamento de cada treinador sobre a reta final do Estadual.
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Nesta edição, a conversa é com Rafael Lacerda, o comandante do Caxias e que tem, pelo menos, cinco jogos garantidos pela frente no Gauchão. Campeão do primeiro turno — chamado de Taça Cel. Ewaldo Poeta —, o grená terá as três partidas da reta final do returno e mais duas. Ou na finalíssima do campeonato, ou na fase final da Taça Francisco Novelletto Neto, que se for vencida pelo Caxias, dá o título ao time do Centenário sem a necessidade de uma decisão.
Pioneiro: Qual a maior preocupação neste retorno na parte técnica dos jogadores e dos riscos de lesão, depois de tanto tempo parado?
Lacerda: Nesse primeiro momento, estamos dando muita ênfase para a parte técnica e tática, fazendo os jogadores competir muito nos treinamentos. Há muito tempo que eles não faziam isso, praticamente 100 dias sem contato com bola, atividades coletivas. Então estamos exigindo muito deles ao máximo, eles gostam disso. Cobramos muito a competição entre eles, mas temos que ter cuidado. Sabemos a vontade que estão de treinar, de jogar, então temos que saber dosar para evitar possíveis lesões. Mas temos um grupo muito experiente, o preparador físico Samir (Omieri) sabe o que tem que fazer em termos de treinamento e dosagem para não ter nenhum tipo de lesão ali na frente.
Pioneiro: Qual será o foco dessa semana de treinamentos coletivos e a vantagem de ter um grupo de jogadores mantido depois de tanto tempo parado e com pouco tempo para treinamento?
Lacerda: O tempo até a estreia é curto, mas a gente não fica reclamando, porque essa é a situação e temos que seguir em frente. Vamos começar com treinamentos técnicos, vamos passar para os táticos. O bom é que a equipe já se conhece, sabe das nossas ideias. O grupo todo conhece nosso modelo de jogo, situações que treinamos desde o início do ano. Temos que acelerar o processo, mas dentro do planejado. Todos os clubes do campeonato têm uma vantagem, isso é inegável. Nós, e mais algumas equipes, a de manter o plantel. Mas têm outras situações. Têm clubes com a vantagem por estar treinando a mais tempo, outros por poder inscrever novos jogadores e podendo, praticamente, montar um time novo. Outros por não ter mais o rebaixamento e não ter a pressão.
Pioneiro: Tecnicamente, o que espera destes primeiros jogos na retomada e há vantagem no tempo entre o Gauchão e a Série D, mesmo depois de todo esse período parado?
Lacerda: É bem difícil imaginar como serão os jogos. Têm situações de times que foram formados agora e outras de times que estão com o mesmo elenco, que é o nosso caso. Mesmo que os atletas estejam treinando há bastante tempo a parte física, acredito que esse vai ser um fator difícil. A gente sabe que só fazer treino físico, sem ter contato com bola, coletivo, amistoso e jogo, não é a mesma coisa. Os atletas sentem. Então até a questão técnica pode ser afetada por conta desse ritmo de jogo. Espero que a gente consiga superar isso com muita determinação e empenho, que é o que nossa equipe tem. É um ano atípico, onde o mundo inteiro está sofrendo. Não considero uma vantagem, todos estão em situações parecidas. Lógico que a gente preferiria que, logo que terminasse o Gauchão, começasse a Série D. Todo mundo gosta de estar atuando, do momento do jogo. Mas não é ano para estar se escolhendo ou reclamando. Somos privilegiados em poder voltar a fazer o que mais gostamos, então nos resta trabalhar. E já que terá esse tempo depois do Gauchão, vamos usar ele da melhor maneira possível para fazer possíveis ajustes que precisemos fazer pensando na Série D.