O futebol retornou, mas sem seu principal componente: o torcedor. Em meio à pandemia e o distanciamento social, a presença de público não é possível ainda. Então, é hora de relembrar momentos marcantes no estádio do time do coração ou pelo mundo. Pedro Facchin Caldart, 23 anos, é personagem do Histórias de torcedor.
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Apaixonado pelo Juventude, ele ficou dois anos fora do Brasil e retornou da Itália em fevereiro. Neste período, longe do Estádio Alfredo Jaconi e do Brasil, conheceu diversos estádios internacionais e, sempre, vestindo a camisa alviverde.
— Eu tive a oportunidade de conhecer muitos estádios durante esse período. Inclusive, na Rússia, durante a Copa do Mundo, entre os estrangeiros, a camiseta brasileira chamava atenção e, entre os brasileiros, a do Ju não passava despercebida. Acredito que pelos anos de Série A e pelos títulos nacionais. Então, era sempre bom esse reconhecimento. E, também, sempre que possível, presenteava alguns amigos da Itália com canecas do Ju, com flâmulas, sempre tentando espalhar um pouquinho do Ju mundo afora - lembra Pedro.
Além da Itália, Pedro passou seis meses na Espanha e conheceu todos os 20 estádios do Campeonato Espanhol. Sempre fez questão de levar a história do Juventude para os torcedores dos outros clubes conhecerem mais sobre a marca do time do coração dele.
— Dos 20 jogos que eu fui, só pude usar a camisa do Ju uma vez, que foi em Sevilla, quando fui no jogo do Real Betis, que é a única equipe que leva o verde e branco também, assim como o Ju. E foi uma sensação muito boa, uma sensação de que eu estava em casa, já que estava todo mundo de verde e branco, bandeiras, mantas, o estádio cheio. Foi uma sensação, realmente, muito boa - contou o torcedor alviverde.
Morar fora do Brasil exige muito esforço, principalmente não acompanhar o time do coração no estádio. De longe, o sentimento continua, mas no retorno para casa, ele é mais forte e próximo. No ano passado, Pedro voltou a Caxias do Sul exatamente no dia de um jogo decisivo do Juventude pela Copa do Brasil.
— Estive dois anos fora do Brasil, fui para Roma e, nesse meio tempo, voltei uma vez para Caxias. Inclusive, desembarquei em Porto Alegre já com a camisa do Ju, porque, no mesmo dia que eu voltei, teve Ju e América no Jaconi, pela Copa do Brasil. Chegamos já com o jogo em andamento, mas deu para comemorar o gol, a vitória. Era decisão, então, estava um clima muito bom no Jaconi e foi uma volta bem feliz, bem contente, para matar a saudade de um monte de coisa: dos amigos, da família, e de finalmente ver um jogo do Ju de novo no estádio, não mais pela telinha pequena do notebook - lembrou Pedro.
Essa paixão pelo futebol, pelo Juventude e por viajar foram unidas em 2017. Pedro, o pai Nelson e a amiga Alessandra Brando foram de combi de Caxias do Sul a Montevidéu para assistir um jogo da Seleção Brasileira pela Eliminatórias da Copa do Mundo.
— Eu não deixei a camisa do Ju em casa, levei comigo, fui para o estádio com ela, para o Centenário e não teve outra, um monte de camisetas de clubes, um monte da Seleção e cada um representando a sua região. E estava o Juventude lá, verde e branco na arquibancada também - disse Pedro.
Amor desde pequeno
A história de Pedro com o Juventude começou bem cedo. Por influência do pai, Nelson Luiz Caldart, ele se apaixonou pelo Juventude. Ainda jovem, assistia as partidas no lado que o Ju atacava, com direito a romaria, na companhia do pai. Depois com mais idade, passou para a Curva Norte com a galera do Ju, Trago e Bauru.
— Desde muito pequeno eu vou para o Jaconi. No início, ia sempre com o meu pai, tenho lembranças muito boas com ele. Cada gol, ele me botava na garupa, fazia romaria, tudo isso. Depois, comecei a conhecer alguns amigos que também torciam para o Ju, galera do "Ju, Trago e Bauru", até hoje nos reunimos antes do jogo, durante o jogo, depois do jogo. Então, não tem. Dia de jogo do Ju é prioridade - contou.
Neste período que torce para o Juventude, Pedro coleciona muitas histórias e emoções. No entanto, uma está na memória e sempre ficará. Em 2011, o Juventude conquistou a Copa Laci Ughini em Lajeado. Para muitos, talvez, não seja uma grande conquista de expressão. Para Pedro é sim.
— Foi um título muito importante para nós, o recomeço. E mesmo já tendo visto o Ju jogar a Série A, final de Gauchão, foi ali que prevaleceu o verdadeiro sentimento de estar do lado do Ju, mostrar que independente do campeonato, independente do que está sendo disputado, o apoio é fundamental. E eu, como bom juventudista, independente de onde estiver, vou dar sempre um jeito de tentar acompanhar o Verdão - recordou.
Em 2019, o Juventude conquistou o acesso para a Série B do Campeonato Brasileiro diante do Imperatriz. Pedro não conseguiu estar presente no Estádio Alfredo Jaconi, mas ficou feliz mesmo à distância.
— Um dos momentos que eu mais senti falta de estar presente no Jaconi foi no jogo do acesso à Série B, contra o Imperatriz. Minha irmã fez chamada de vídeo, meus amigos fizeram chamada de vídeo, e eu pensei "logo estou de volta e vou poder viver tudo isso de novo". Agora estou no aguardo, de repente com acesso à Série A, vamos ver o que acontece - finalizou Pedro.
Perfil de torcedor
- Nome completo: Pedro Facchin Caldart
- Idade: 23 anos
- Um Jogo marcante do Juventude: Lajeadense x Juventude - Copa Laci Ughini 2011
- Um ídolo do Juventude: Leonardo Manzi
- Um gol do Juventude e por que esse? Terceiro gol no 3x1 contra o Londrina, grande Zulu. Um gol que explodiu o Jaconi.
- Por que torce pelo teu clube? Herança de pai pra filho.
- Qual o teu primeiro jogo no estádio? Nem ideia, desde pequeno já ia pro Jaconi.
- Costumava assistir os jogos em que parte do Estádio? Quando pequeno onde o Ju atacava, com direito a romaria com meu pai. Hoje em dia na Curva Norte com a galera do Ju, Trago e Bauru.
- Costumava assistir os jogos com quem? Com a família e os amigos.
Ouça o quadro no programa Show dos Esportes na Rádio Gaúcha Serra