Para um clube que constrói uma história de 100 anos, tão importante quanto os títulos conquistados são os torcedores que abraçam o time durante sua trajetória. Assim é o Esportivo. Vários daqueles que acompanharam a instituição desde 1919, estiveram ao lado da entidade nas horas de alegria, mas também se mantiveram firmes em situações em que as lágrimas do sofrimento foram inevitáveis.
Para um clube centenário, quase tão importante quanto valorizar os torcedores do passado é cativar as novas gerações que vão fazer essa paixão seguir pelos próximos 100 anos.
Uma paixão que vem de família
Quando Luana Zortea, 28 anos, começou a ir ao antigo Estádio da Montanha, sua irmã, Thaina, de 14, estava longe de nascer. Acompanhando o Esportivo por quase toda a vida, a torcedora vê a continuidade na família do amor alviazul. As duas vivem o clube, carregando com orgulho uma herança.
— Lembro muito de subir para o estádio com o meu pai. Como a capacidade lá era pequena, os adultos ficavam nas arquibancadas e as crianças em cima da casamata da arbitragem. Recordo de acompanhar o jogo na grade, ajoelhada no cimento bruto, bem pertinho do campo — conta Luana.
Com Thaina, a história veio já na Montanha dos Vinhedos. Porém, o roteiro foi parecido.
— A Thaina vai desde bebê. Ela entrava em campo com os jogadores e ia para brincar, não entendia muito o jogo. Conforme ela foi crescendo, começou a ir comigo, inclusive nas partidas fora — explica Luana.
A estudante seguiu o caminho da irmã e passou a viver junto o sentimento alviazul.
— A Luana ia para a organizada e eu ficava com o meu pai. Eu era criança. Então, se perdia ou se ganhava, não entendia muito bem. O que importava era estar ali apoiando — diz Thaina, que espalha o amor pelo Esportivo também entre os colegas:
Leia mais
Futuro nas arquibancadas: a torcida que moverá os próximos 100 anos do Esportivo
Da Montanha à Seleção Brasileira: quem passou pelo Esportivo e vestiu a amarelinha
Ídolos e recordistas: os atletas que mais atuaram pelo Esportivo nos 100 anos do clube
100 anos do Esportivo: as principais conquistas e a década de ouro
100 anos do Esportivo: a história e os grandes feitos do clube de Bento Gonçalves
— Eles sempre perguntam: “quanto deu o jogo? Como foi?” e eu conto, dizendo que estava lá com a minha família.
Enquanto Thaina conheceu o Esportivo na casa nova, Luana viveu a transição da região central para o bairro São Vendelino. Para ela, o clube só teve benefícios com a troca:
— Acho uma mudança positiva. A cidade cresceu muito, então é ruim ter um estádio basicamente no Centro. Na casa nova, não vejo nenhuma dificuldade, é uma estrutura muito boa. Foi necessário e veio para agregar muito.
A parceria das irmãs segue para levar em frente a paixão pelo Tivo. O momento é de retorno e, aos 14 anos, Thaina representa o futuro da torcida.Para os próximos 100, o desejo dela é bem simples:
— Espero que o time cresça cada vez mais e que consiga chegar em lugares maiores.
Mais do que um prefeito, um torcedor
Um ponto marcante pode fazer com que torcedores de outros times sintam inveja do Esportivo: o apoio do prefeito. Para o time de Bento Gonçalves, Guilherme Pasin é mais do que um gestor municipal, é um torcedor e incentivador do clube:
— Começou com o meu falecido pai. Nós subíamos a rua Doutor Montaury para assistir os jogos na antiga Montanha. É algo desde cedo. Fiz parte da torcida organizada, da T.I.A.L. (extinta) e da Fúria Alviazul. Fui diretor do clube, sou conselheiro. Enxergo nas cores do Esportivo uma grande bandeira de união do nosso município. Sou torcedor, sou apaixonado.
Acompanhando o time em seus 36 anos de vida, Pasin passou por diversas fases da equipe. Comemorar os 100 anos do Esportivo com a conquista do acesso motiva ainda mais o gestor para seguir o trabalho de parceria entre o clube e a cidade:
— É uma realização poder ver teu clube, tuas corres na elite do nosso Estado, representando a cidade diante das grandes equipes do Rio Grande do Sul e com perspectivas maiores. A gente fica muito satisfeito, até porque a subida do clube foi muito planejada. Queríamos que no ano do centenário a gente tivesse o acesso.
É hora de festa em Bento Gonçalves, e de todos abraçarem o Esportivo. Por isso, o prefeito comemora o envolvimento da equipe com a população:
— O Esportivo não é apenas um clube de futebol. É uma bandeira do município. Dessa forma, com a cidade abraçando o time e o clube, entregando as vitórias, todos ficam felizes.
Leia também
Daniel Saboya ministra aulão de dança em Caxias