O curso de Engenharia Biomédica do Centro Universitário Franciscano (Unifra) esteve representado nos Jogos Olímpicos. Na última semana, a professora Maria Isabel Veras Oreselli, 34 anos, natural de São Paulo, embarcou para o Rio de Janeiro para assistir as competições de esgrima, que terminaram no domingo.
Professora em Santa Maria desde 2014, Maria Isabel faz parte de um grupo de pesquisa formado por cerca de 10 especialistas de diferentes áreas, como educação física, física, ciências da computação, além de técnicos da seleção da modalidade.
Desde de setembro de 2014, a equipe de profissionais trabalha na criação de uma plataforma digital para treinamento de atletas da esgrima. Sete esportistas usaram marcadores nos corpos e tiveram as ações filmadas por 18 câmeras especiais. Os dados de movimento, coordenação de braços e pernas, impulso, agilidade, gasto de energia, entre outros, foram analisados e armazenados em um banco virtual.
– Utilizamos o "Eye-Tracking", um equipamento que analisa para onde o atleta está olhando em seus movimentos de ataque e onde está o campo de visão dele. Nessa análise, avaliamos três atletas. Foram obtidos dados bastante interessantes. O diferencial do trabalho é que a análise do movimento e do visual foi feita com técnicos que trabalham com atletas de alto rendimento – explica Maria Isabel.
O projeto, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e pelo CNPq, surgiu inicialmente de uma parceria entre o Instituto Nacional de Tecnologia do Rio de Janeiro e a Universidade de Mackenzie, em São Paulo. Futuramente, o aplicativo pode ser utilizado para ajudar na evolução de atletas em outros esportes.
– A intenção é assistir as atividades como um grupo de pesquisa para poder ver in loco os atletas atuando e, dento disso, ter ideias para aprimorar as análises – comentou Maria Isabel.
O aplicativo será entregue nesta segunda-feira. No entanto, o trabalho de análise dos atletas brasileiros foi enviado aos técnicos da seleção de esgrima antes da competição.
– Com os dados de análise de todos os atletas, o técnico poder interpretar os resultados e mexer no treinamento e na preparação. Esses dados permitiram aos técnicos corrigir possíveis falhas no desempenho dos atletas, prevenir lesões e melhorar o tempo de reação deles para fazer com que eles tenham um bom desempenho na luta – concluiu.