Demos um jeitinho e deu certo. Fizemos o mundo esquecer o fiasco da abertura da Copa com uma festa sem grandes arroubos tecnológicos, mas com exaltação apropriada da criatividade e diversidade da cultura brasileira.
Aberturas de Olimpíada que tentam contar histórias cronológicas ou explorar o folclore costumam não ser compreendidas por estrangeiros – é preciso uma narração milagrosa para explicar a um indiano o que significavam todas aquelas alegorias. Não importa. O fundamental é o sentimento que o espetáculo passa.
E, verdadeira ou não, a mensagem foi transmitida para bilhões de espectadores: o Brasil é um país que ama a paz e a música, e procura respeitar as diferenças.
A simplicidade emocionante de Paulinho da Viola executando o hino brasileiro foi a síntese de um espetáculo que, sem arrojos no enredo, optou por não correr riscos desnecessários.
Fez bem. Escorregou-se aqui e ali no excesso de politicamente correto, em particular uma batida exagerada na questão ambiental. Mas no fim não fizemos feio. Tínhamos uma chance e soubemos aproveitá-la. Pobres, mas orgulhosos de termos nos apresentado adequadamente ao mundo.