Maria Portela caminhava pelo Parque Olímpico na tarde desta quinta-feira quando atendeu à ligação da reportagem do Diário. Ela estava indo dar um abraço de incentivo na companheira de Sogipa, Mayra Aguiar, que lutaria logo em seguida pelas semifinais da categoria até 78kg.
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Em nove minutos de conversa, a judoca foi interrompida seis vezes por torcedores que se dirigiam à Arena Carioca 2. Entre selfies e abraços, vinham frases de carinho e agradecimento. Mesmo apoio e reconhecimento demonstrado nas redes sociais pelos santa-marienses, que compreendem o tamanho do feito de Maria em estar representando a cidade pela segunda vez em uma Olimpíada.
Confira, em tópicos, a entrevista com Maria Portela, que foi eliminada nas oitavas de final da categoria até 70kg na manhã de quarta-feira e, mesmo sem saber a data ao certo, deve vir a Santa Maria nas próximas semanas:
O ERRO E A DECEPÇÃO
Estava me sentindo muito bem preparada para essa competição. Trabalhei todos os aspectos que pude para tentar melhorar e tentar estar 100%. Quando fui para as lutas, sabia que seriam decisivas e duras e teria que ter atenção. Estava bem confiante e tinha certeza que conseguiria passar daquela luta, mesmo entrando no golden score. Me precipitei um pouco, tentei surpreender a atleta e acabei cometendo um erro e tomando a punição. Estou bastante triste porque não consegui meu objetivo. Mas, ao mesmo tempo, estou com a consciência tranquila. Eu me entreguei, fiz tudo que poderia para evoluir na minha preparação. Eu errei tentando acertar. Agradeço muito à torcida. Em me entreguei, dei o meu máximo. Quero agradecer a todo mundo que me apoiou, que me abraçou.
O CHORO
Não tem como não ficar triste. Não tem como não chorar. Acabou todo o empenho e toda a dedicação desses últimos anos. Eu queria muito a minha medalha. Treinei e abdiquei de muita coisa para isso. Naquele momento, a medalha saiu pela minha mão, não tinha como voltar mais. Diferentemente de Londres, desta vez eu lutei, tentei, estava bem atenta à luta. Fiquei mais triste porque o erro foi meu.
O APOIO DA TORCIDA
Mesmo depois que perdi, a torcida me aplaudiu muito. Recebi bastante mensagens. Desde a hora em que eu saí da Arena, as pessoas me parabenizam por ter conseguido ir e representar o país. Fico muito feliz por me sentir abraçada pela torcida e por essa recepção das pessoas que, às vezes, a gente nem espera.
TÓQUIO 2020
Prefiro não pensar nisso ainda. É tudo muito recente. Tem algumas lesões que eu acabei deixando de lado. Estava treinando sentindo dor, mas, agora, preciso resolver isso. Quero descansar um pouco, esfriar a cabeça. Depois disso, vou pensar no ano que vem a curto prazo e ver em relação a Tóquio. Quero ficar um pouco com a minha família.
OS RESULTADOS DO JUDÔ
Os resultados não estão sendo os esperados. Os 14 atletas tinham condições de chegar nas medalhas. Está sendo bem difícil encarar isso, mas ainda temos atletas em disputa.