A quarta-feira nublada e com alguma garoa no Rio de Janeiro não era ideal para aproveitar o ambiente montado para o público na praia do Flamengo. Mas o cenário é tão único que, ainda assim, vale a pena.
É na areia que os espectadores da vela se posicionam para acompanhar as provas. Em vez das arquibancadas, guarda-sóis e esteiras acomodam os torcedores. O clima descontraído diferencia um esporte em que a torcida tem pouca influência sobre o resultado.
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Com as embarcações a uma distância considerável da praia, olhar para a água não é suficiente para se informar sobre quem está na frente nas regatas. Ao menos serve para admirar o visual espetacular da Marina da Glória, com o Pão de Açúcar logo a frente. Quem quer mais detalhes da competição junta-se ao telão, montado ao lado da lanchonete no local. Eventualmente, há quem se esqueça de que os velejadores não escutam suas manifestações de apoio, como a senhora que insistia em gritar "vamos Argentina!" com os punhos cerrados na direção do telão.
Sentada em uma canga estendida na praia, ZH encontrou Daniela Albrecht, mulher de outro velejador gaúcho, Samuel Albrecht. Ela estava "acompanhada":
– Vim com a Antônia – disse, com a mão na barriga protuberante de sete meses de gestação.
O nome da filha também batiza a embarcação em que "Samuca" busca medalhas ao lado de Isabel Swan, ex-parceira de Fernanda Oliveira na 470 (as duas conquistaram o bronze em 2008). No primeiro dia de competições, a dupla ficou em 17o na primeira regata, mas recuperou-se para vencer a segunda. Terminaram o dia na sétima colocação.
Feliz, Daniela diz que a classificação do marido já vale como uma vitória. Samuel teve dificuldades para encontrar uma parceira. Finalmente engatou a dupla com Isabel.
Nos últimos meses viveu na ponte aérea entre Porto Alegre e o Rio, assim como Daniela, que muitas vezes se mandou para a capital carioca para ver o marido.
– Foi sofrido, mas eles conseguiram essa vaga – comemora.
