Parecia que Gustavo Kuerten ficaria sem carregar a tocha olímpica no Rio 2016. Quando ela passou por Florianópolis no mês passado, ele não participou do revezamento e a justificava seria por causa da agenda lotada. Na verdade, sua participação seria muito maior. Esse mistério, com certeza, foi compensado quando ele carregou a chama olímpica no Maracanã, na cerimônia de abertura da Olimpíada nesta sexta-feira, com a mãe Alice, a esposa Mariana e os filhos Maria Augusta e Luis Felipe na arquibancada.
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– Nunca imaginei que o nosso país pudesse receber esta oportunidade maravilhosa. Minha vida foi criada nesta plataforma do esporte e devo tudo o que sou ao esporte. As pessoas sempre me carregaram e me inspiraram. Este é um dia para nascer de novo. Todos os momentos da minha vida estão passando por mim. Sentindo muito orgulho do nosso país. O Brasil tem muita capacidade e merece cada vez mais e melhores oportunidades – disse o catarinense, sem esconder a emoção, após a cerimônia.
Guga foi o primeiro a conduzir a chama olímpica no Maracanã. Ele foi ovacionado pelo publico e, muito emocionado, passou a tocha para as mãos da ex-jogadora de basquete Hortência. Ela finalizou deixando nas mãos de Vanderlei Cordeiro da Lima a missão de acender a pira olímpica.
Havia a expectativa de que Guga acendesse a pira olímpica, principalmente quando Pelé confirmou que não participaria da cerimônia por causa de problemas de saúde. Mesmo assim, não deixa de ser mais um momento histórico na vida do catarinense mais conhecido no mundo.
Em 2000, em Sydney, na Austrália, Guga quase ficou fora da Olimpíada por causa de um imbróglio com o Comitê Olímpico do Brasil (COB) que queria que ele usasse uniformes da patrocinadora da entidade, que não era o mesmo que ele usava no circuito profissional de tênis. No fim, o Comitê recuou e ele pôde estar em quadra pelo país. Eliminado nas quartas de final, Guga passou alguns dias como um verdadeiro torcedor. Esteve presente torcendo por companheiros brasileiros em torneios de hipismo, vôlei de praia e vôlei, por exemplo.
– Eu acho que este mês de Jogos vai contagiar o Brasil inteiro e espero que consiga recompor o espírito de união do nosso país. Um país que vive, atualmente, fragmentado e amuado. Quero que se transforme em um Brasil esperançoso e que acredita no seu potencial. O que os nossos atletas fazem para chegar até aqui, se dedicando anos. É esse exemplo que precisamos compartilhar ao redor do nosso país e essa é a capacidade da Olímpiada. Que isso transforme o Rio em um chafariz de boas energias para todo o mundo e que todos sintam orgulho de ser brasileiro – disse Guga, antes da abertura.
Na quinta-feira, ele esteve na abertura da casa francesa e foi muito assediado. Teddy Riner, judoca francês oito vezes campeão do mundo e porta-bandeira da França na cerimônia de abertura, foi um dos que tietou o tenista. Até o fim dos Jogos, Gustavo Kuerten será muito lembrado. ampliada – completou Guga.