Caxias do Sul acompanhou o crescimento do Rio Grande do Sul no número de veículos zero quilômetro vendidos em 2023 quando comparados a 2022. No ano passado, foram 8.331 novos veículos emplacados, contra 7.233 do ano anterior. Em números percentuais, representa uma alta de 15,18%. Os dados são da Fenabrave/Sincodiv-RS. No Estado, a alta foi de 16,27% e no Brasil, ficou em 11,33%.
Os automóveis, com 4.798 novos modelos vendidos no ano passado, puxaram a lista dos novos emplacamentos em Caxias, registrando uma alta de 13,62% em comparação com 2022, quando foram emplacados 4.223. Na sequência vieram as motocicletas, com 1.720, e os comerciais leves — picapes —, com 1.003. Já os registros de novos caminhões zero quilômetro na cidade ficaram em 265, enquanto que os ônibus, em 62, entre outros modelos.
Para GZH, o presidente da Fenabrave/Sincodiv-RS, Jefferson Furstenau, disse que a alta do setor responde a uma série de movimentos, como o programa de incentivo do governo federal e juros mais baixos.
— Teve aquela intervenção do governo, com redução de impostos temporária, que ativou o mercado. A taxa Selic baixando também permite um juro menor e aquece o mercado. O automóvel é muito dependente do financiamento — citou Furstenau como exemplo do crescimento.
Mesmo assim, o presidente afirma que o setor ainda está longe dos números de vendas observados há uma década. No momento, a transição de tecnologia e o fim dos carros populares são alguns dos fatores que ainda ancoram as vendas, segundo o dirigente.
Ano desafiador, mas positivo
O grande movimento foi visto nas concessionárias caxienses. De acordo com Astor Ellwanger, que é gerente de vendas de uma loja na cidade, os dados do ano passado ainda não foram finalizados, mas ele acredita que o crescimento deve girar entre 10% e 12%. Segundo Ellwanger, 2023 foi um ano desafiador, mas que se mostrou positivo no final.
— Mês a mês as coisas foram melhorando. Teve meses em que o pico foi maior, foram realmente surpreendentes, e teve outros que nem tanto. No geral, no equilíbrio do ano, foi muito bom com relação a 2022 — descreveu.
Conforme o gerente, historicamente o segundo semestre do ano é o de maiores vendas, com os meses de outubro, novembro e dezembro despontando. Segundo a Fenabrave, somente no último mês de 2023 foram emplacados 760 veículos somando todas as categorias na cidade. Uma das explicações para isso são as ações promovidas pelas montadoras, que oferecem melhores condições aos revendedores, que, consequentemente, conseguem repassar aos clientes finais.
Ellwanger também acredita que as ações do governo federal no ano passado auxiliaram no crescimento das vendas. Na concessionária em que atua, o Onix e a Tracker foram os modelos mais vendidos em 2023.
— A maioria dos clientes já chega sabendo tudo sobre o carro, só vem olhar. Isso é muito bom. Só que, às vezes, a gente consegue surpreender em alguns detalhes o cliente, e ele não sabe que temos de diferencial para aquele carro, para aquele mês, semana — explicou o profissional, ao destacar que assim é possível entregar melhores condições de pagamento.
Expectativa para nova alta em 2024
Após comemorar os resultados de 2023, Astor Ellwanger acredita que 2024 será ainda melhor. Atribuiu isso a uma acomodação positiva da indústria e da economia. O executivo ainda afirmou que as concessionárias estão se reinventando ano após ano, o que tem auxiliado em melhores números.
— Eu tenho 100% de certeza que vai ser um ano melhor do que 2023. Estamos muito otimistas, comprando mais carros e abrindo uma filial já apostando neste mercado que eu tenho certeza que vai crescer muito.
Já o presidente da Fenabrave/Sincodiv-RS afirma que o setor, levando todos os segmentos em conta, deve crescer cerca de 10% neste ano no Estado. O avanço projetado é importante, porque ocorre sobre uma base mais forte, segundo o dirigente. Furstenau afirma que ambiente melhor para financiamentos é um dos fatores que bancam esse otimismo:
— Temos hoje um dólar praticamente estável, tem um leve início de redução no preço do automóvel e promoções. Existe um maior acesso a financiamentos, com uma flexibilização nas linhas de crédito por parte dos bancos. Tem também uma taxa de juros menor e hoje não temos mais problemas de produção.