Um produto universal, com matéria-prima produzida no norte e nordeste do país, exportado principalmente para a Argentina e reconhecido como um dos símbolos da Serra gaúcha, o chocolate tem data comemorada internacionalmente nesta sexta-feira (7). O Dia Mundial do Chocolate celebra a popularidade do alimento, mas também a economia que faz girar desde a produção do cacau aos produtos derivados e exportados mundo afora.
Dados da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) apontam que o país é o 10º maior exportador de cacau em pó, com US$ 73,8 milhões negociados em 2022.
Quando vendido pronto para o consumo, o chocolate representou US$ 142,2 milhões em exportações, fazendo do Brasil o 33º maior exportador mundial. Com crescimento de 14,5% nas exportações entre 2021 e 2022, o Rio Grande do Sul ocupa fatia importante desse mercado e registra crescimento superior à elevação nacional, que foi de 12,7% nas vendas internacionais.
Quando comparado entre o período de 2018 a 2022, o chocolate gaúcho ganha ainda mais espaço no cenário, com crescimento de 31,8% ante crescimento nacional de 6,2%. Distante das grandes indústrias instaladas em Arroio do Meio, por exemplo, e mais voltada à produção artesanal, a Serra gaúcha representou 6,8% das exportações estaduais em 2022, com US$ 319 mil (R$ 1.562.174,90, pela cotação de quinta-feira, 6/7) negociados.
Feito em Caxias e vendido na Itália
Bombons acomodados em embalagens termo moldadas enviados à Itália para empresas presentearem clientes e representantes. Assim foi o início do processo de exportação da Amendoeira Chocolateria, recém-instalada no Pátio Eberle em Caxias do Sul. A empresa, criada há três anos, fabrica uma tonelada do produto por mês e inicia os estudos para abrir mercado fora do país.
O caminho do chocolate transformado em pequenas e elegantes peças pela Amendoeira ilustra a globalização do produto. Importado da Bélgica, o chocolate é derretido e se transforma em barras e bombons, para atualmente ser vendido, segundo a proprietária Liliane Graff Michellon, em todos os estados brasileiros.
— Já vendemos para todo o Brasil, do Chuí ao Pará. Imagina que o cacau sai da Amazônia, vai para a Europa, nós compramos de lá, trabalhamos ele e inclusive já vendemos para Belém. Mais de 50% são clientes corporativos com vínculo em Caxias e região que fazem encomendas para presentear — exemplifica Liliane.
A experiência em conseguir encaminhar o chocolate para grandes distâncias, manter a qualidade e não elevar o preço abre portas para vendas em outros países. A Amendoeira já chegou, pelas mãos de clientes, aos Estados Unidos e à Itália. Agora o desafio é acessar o exigente mercado árabe.
— É um piloto, porque não é um volume considerável, mas nesta primeira experiência deu pra ter certeza de que é o princípio de algo maior, porque os italianos gostaram muito e ficamos com preço atrativo. Eles querem um produto final muito bem elaborado, que deve ser bem manuseado para que chegue com a alta qualidade que é produzido aqui — disse Liliana.