Depois de acompanhar o presidente Jair Bolsonaro, em visita à Expointer, no sábado (11) a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Teresa Cristina, participou no final de semana de compromissos com lideranças do agronegócio em Vacaria. Ela foi recepcionada na cidade pelo diretor superintendente das empresas RAR/RASIP, Sergio Martins Barbosa, que também é gestor de Agronegócios da Família Randon, proprietária das marcas. Além de acompanhar as produções das empresas, a ministra recebeu uma série de demandas de lideranças dos setores de maçã, vinho e laticínios do estado.
Entre as principais pautas, representantes da Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM) e da Associação Gaúcha dos Produtores de Maçã (Agapomi) solicitaram à ministra que o Brasil mantenha o mercado fechado para a importação da fruta vinda da China – uma das principais reclamações do setor nos últimos anos.
Ainda em relação ao mercado externo, as lideranças comemoraram a abertura de exportações da fruta ao mercado colombiano. O negócio foi fechado em junho deste ano após tratativas entre os governos dos dois países e era pleiteado desde 2016. As primeiras remessas da fruta já saíram de Vacaria com destino ao país sul-americano. Os próximos passos serão priorizar as negociações para exportar a fruta produzida na Serra gaúcha para países como México, Indonésia e Tailândia.
A ABPM e a Agapomi pediram também a revisão das cotas de Menor Aprendiz para o agronegócio, já que a maioria das atividades são consideradas insalubres, restando disponíveis apenas atividades em escritórios. Também foi discutido o afastamento das atividades de trabalho presencial, sem prejuízo de remuneração, às empregadas gestantes durante a pandemia de covid-19. Segundo o setor, a lei atual está obsoleta, uma vez que gestantes podem se imunizar e voltar ao trabalho.
A União Brasileira de Vitivinicultura (UVIBRA) apresentou reivindicações em relação às leis de produção de vinho. A sugestão é que seja feito um cadastramento das vinícolas em âmbito nacional para que, assim, ocorra um controle de dados, já que, atualmente, o cadastro é feito anualmente.
Por parte do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), as pautas levantadas foram a Reforma Tributária, com foco na manutenção do programa Leite Saudável, além da denominação de produtos veganos que buscam identificação com o segmento lácteo.
O superintendente da RAR/RASIP Sergio Martins Barbosa destacou que a visita da ministra representou um marco muito grande para toda a cadeia produtiva.
— Ela é uma pessoa bem sensível que conhece o setor. Conseguimos reunir os três setores e, ainda, mostrar para a ministra o que temos hoje por aqui, com um nível de primeiro mundo na nossa produção. Ficamos extremamente otimistas em ver a ministra levando reivindicações de cada setor. Tenho certeza de que vamos ter uma velocidade para os pleitos apresentados dos nossos segmentos — defendeu.
A ministra salientou que a ideia é melhorar as relações com o Mercosul, adequando e modernizando, para que ele realmente funcione em bloco.
— Temos a legislação e temos o poder de conduzir, mas quem gera emprego e produção no Brasil são vocês (produtores), não somos nós. É claro que existem coisas simples e outras mais trabalhosas, mas nós vamos trabalhar com atenção e dedicação para vermos no que podemos avançar. Também com essa agenda conseguimos conhecer todo o sistema de produção da RAR e é muito impressionante, uma coisa de primeiro mundo. Dá muito orgulho em ter no Brasil uma empresa como essa — afirmou Teresa Cristina.
Ministra conhece produção de queijos
Além do encontro com as lideranças, a ministra fez uma visita às instalações da RAR/RASIP, onde conheceu o pomar e acompanhou a ordenha, além de participar de um jantar na noite de sábado (11).
No domingo (12), a ministra visitou o Centro de Confeccionamento, local onde fica a câmara de maturação de queijos e onde são realizados os processos dos produtos lácteos, com direito ao corte do queijo de acordo com o “ritual italiano” e degustações de queijos da RAR.
O roteiro incluiu também a Packing House, onde é possível acompanhar os processos de produção da maçã.