O projeto para retirar ambulantes das ruas de Caxias do Sul deu mais um passo nesta semana. A administração municipal levou ao Governo Federal uma proposta solicitando verbas para a instalação de um centro de compras. A ideia é reunir neste espaço futuro, tanto os ocupantes do atual camelódromo, quanto os vendedores que hoje ocupam as ruas centrais da cidade, especialmente a Avenida Júlio de Castilhos.
Em Brasília, o secretário do Urbanismo, João Uez, e o diretor de Fiscalização, Rodrigo Lazzarotto, tentam sensibilizar ministérios para aportarem recursos para a construção ou adequação de um prédio que possa receber esses ambulantes. No entanto, Uez diz que não há ainda um orçamento definido. Na terça-feira, eles estiveram no recém reativado Ministério do Trabalho e, ontem, na Secretaria Especial do Desenvolvimento Social.
— Entregamos um documento solicitando que algum representante (do Governo Federal) venha a Caxias para começarmos a montar o tal projeto, estabelecer critérios e também espaço físico adequado para atender essa comunidade, que a gente vem fazendo um projeto desde o início do ano, liderado por um grupo de secretários, a pedido do prefeito Adiló (Didomenico), para que se faça esse estabelecimento a partir do final do ano, mais tardar no começo de 2022 — explica Uez.
De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Élvio Gianni, a ideia de agregar os vendedores do atual camelódromo, que fica no bairro São Pelegrino, leva em consideração uma necessidade relacionada ao custo de locação atualmente pago pelos microempreendedores, que gira em torno de R$ 2 mil. Os donos dessas lojas apontaram à prefeitura que este valor está alto para o faturamento que têm e, diz Gianni, por conta desse custo, eles possam sair do camelódromo e migrar para a atividade nas ruas.
O secretário explica que o novo camelódromo contaria com a coordenação do município, diferentemente de como é hoje, em que o acordo ocorre entre locador e locatário. Porém, o modelo de operação do novo espaço, ainda está indefinido. Pode ser uma parceria público privada, com formato a ser estudado, ou a construção do espaço comercial com verba pública.
— Há um consenso entre os camelôs, ambulantes e dos próprios comerciantes de que precisaria ser centralizado e todas essas pessoas, colocadas em um único local, em que o poder público tem a coordenação — defende Gianni.
Entenda o caso
Enquanto não ocorre a destinação de verbas, seja para a construção ou adaptação de um novo espaço para acolher os comerciantes do atual camelódromo e os que atuam nas ruas centrais de Caxias, a prefeitura anunciou, no início deste mês, que redistribuirá os ambulantes a três pontos.
Ou seja, os comerciantes que hoje vendem espalhados por diversas ruas de Caxias deverão, nas próximas semanas, trabalhar na calçada da Rua Dr. Montaury, entre a Avenida Júlio de Castilhos e a Rua Pinheiro Machado; na calçada da Rua Marechal Floriano, em frente ao Banco Bradesco e, no outro lado da via, na Marechal Floriano, entre a Avenida Júlio de Castilhos e a Sinimbu.
A escolha desses pontos desagradou o Sindilojas, que entende que os ambulantes serão colocados nos melhores pontos da cidade, e a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), que avalia que o modelo adotado não resolverá a situação.