A posse da nova diretoria do Sinduscon Caxias, na noite de quinta-feira, na CIC, foi marcada por homenagens, emoção e cobranças. O presidente Oliver Viezzer, que entregou o cargo a Rodrigo Postiglione, não escondeu a preocupação com o cenário da construção civil em Caxias do Sul, mesmo dando sinal de leve recuperação.
— A morosidade e as dificuldades impostas pelo poder público ao empreendedor nunca foram tão explícitas. Com isso, várias empresas suspenderam as atividades e outras se mudaram para outras cidades e Estados — declarou.
Revelou, ainda, que o município está aprovando um terço dos projetos que aprovava há cinco anos. E os "habite-ses" seguem na mesma curva, decrescente.
— Imagino o tamanho da preocupação da nossa secretária da Fazenda!
Por mais reuniões que se façam com funcionários e secretários, declarou, pouco ou nada se resolve.
— Sempre se esbarra em uma lei, um decreto ultrapassado, uma divergência de entendimento e numa incansável rotina de vai pra cá, vai pra lá — alfinetou.
Segundo Viezzer, a confiança, o bom senso, a busca por soluções perderam espaço para a insegurança, o medo, a ignorância e a tendência de procurar problemas.
Em 2020, a difícil missão de fazer o setor deslanchar fica a cargo de Postiglione. Entre os planos, estão a busca por agilidade, o comprometimento com o programa Menor Aprendiz e o combate à ilegalidade.
— Sabemos da importância que a construção civil tem para a comunidade caxiense. Vamos impulsionar as atividades.
Homenageado foi aplaudido de pé
Os momentos mais emocionantes da noite ficaram por conta da entrega da honraria Mérito da Construção Civil ao empresário do setor Valdyr Busellato. Aos 91 anos, ele aguardava, emocionado, na primeira fila para receber a homenagem. Busellato foi conduzido ao palco pelos presidentes do Sinduscon Oliver Viezzer e Rodrigo Postiglione. Ele foi aplaudido de pé pelos convidados que lotaram o restaurante Sica.
Busellato foi um dos responsáveis pela construção de dezenas de prédios na cidade. Entre eles, o Parque do Sol.
— Era muito diferente de hoje. Não tinha tecnologia. Tínhamos que pensar em produzir o equipamento que faria o trabalho. Foi uma persistência que deu certo — lembrou, em vídeo.
Hugo Grazziotin (falecido) também recebeu a homenagem, que foi entregue ao filho, Ricardo Grazziotin.
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