Percorrer alguns metros da Júlio de Castilhos, no Centro, e não esbarrar com alguma farmácia é uma tarefa praticamente impossível. Não é para menos: no trajeto de um pouco mais de um quilômetro que liga a Feijó Júnior com a Alfredo Chaves há, pelo menos, 20 estabelecimentos desse segmento.
Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde, em toda a cidade há 149 farmácias (as que produzem medicamentos manipulados não estão incluídas no cálculo). Esse curto trajeto da Júlio, portanto, reúne 13,42% de todo segmento da cidade. Vale lembrar ainda que outro bom número de estabelecimentos pode ser contabilizado em outros pontos do Centro.
Tantas farmácias concentradas na mesma região acabou fazendo com que uma verdadeira guerra de preços se instaurasse na área central de Caxias. Descontos, convênios e facilidades na hora do pagamento são benefícios que podem ser encontrados pelo consumidor em quase todas as redes. Além disso, no menor sinal de descontentamento com o valor de algum medicamento, é comum o cliente ouvir do vendedor:
- Mas quanto que você normalmente paga por ele? Quem sabe a gente consegue fazer por menos.
Essa diminuição frequente de valores, lembra o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Caxias do Sul (CDL), Paulo Magnani, é possível em função do alto poder de compra das grandes redes do segmento. Segundo ele, a gestão cooperada acaba tornando possível que as farmácia sobrevivam no mercado e não parem de crescer.
- Noto que elas são organizadas e sabem bem o que estão fazendo. Todas as grandes redes - e no Centro praticamente todas as drogarias estão incorporados a alguma delas - possuem as chamadas centrais de compra. Isso possibilita negociações bem mais rentáveis, pois englobam um número maior de pedidos para os fabricantes. Elas também têm marketing e treinamento cooperado, o que facilita os processos e diminui os gastos delas - explica Magnani.
Embora as maiores diferenças de preço encontradas nas farmácias ocorram somente depois do cliente pechinchar um pouco, alguns produtos já possuem valores bem diferenciados antes disso. Sem solicitar descontos, o Pioneiro pesquisou nesta semana os preços de alguns medicamentos populares em três redes de farmácias. Em alguns casos, a variação chegou a quase 85% e, em outros, não atingiu nem 0,5%.
Leia mais sobre o assunto no Pioneiro desta sexta-feira.