A eleição é logo ali. O primeiro turno do pleito municipal ocorre no dia 6 de outubro. Antes disso, a Fundação Marcopolo se antecipa na linha do tempo eleitoral e promove a primeira edição do simpósio O Futuro Que Queremos, que pretende reunir diferentes atores sociais, sensibilizando principalmente os jovens para o debate.
O evento ocorre nesta segunda(19) e terça-feira (20), no UCS Teatro. Os ingressos são gratuitos, disponíveis no site Sympla (veja mais sobre a programação abaixo).
A ideia do simpósio surgiu a partir de uma excursão imersiva em Medellín, na Colômbia, em abril deste ano. Iniciativas pautas em educação e cultura, desenvolvidas há cerca de três décadas em Medellín, têm conduzido a cidade a sair do patamar de uma das mais violentas do mundo para se tornar celeiro de soluções inovadoras.
Entre os convidados estão o biólogo Átila Iamarino (foto acima), o antropólogo colombiano Santiago Uribe Rocha, o cientista político belga, Jean-Edouard Tromme, o diretor de Estratégia e Transformação Digital da Marcopolo, João Paulo Pohl Ledur, e o jornalista Caco Barcelos.
Gostaria de dar uma resposta futurista, dizendo que a inteligência artificial faz isso ou aquilo, mas no fim ela gera os mesmos problemas humanos de desinformação, de precariedade, de concentração de recursos e riquezas.
ÁTILA IAMARINO
biólogo
O simpósio abre segunda (19), às 19h30min com a palestra: Qual o Risco da Inteligência Artificial Tomar Conta do Mundo, com o biólogo Átila Iamarino, que ficou conhecido por sua atuação na pandemia, analisando e refletindo sobre os dados de disseminação da covid-19, usando as redes sociais para divulgar informações científicas.
A respeito do tema de sua palestra, Átila diz que, até aqui, a IA não está resolvendo os problemas científicos que os pesquisadores nunca conseguiram solucionar.
— A gente fala agora de Chat GPT, grandes modelos de linguagem, e toda essa Inteligência Artificial que deve mudar a nossa vida, mas, curiosamente, ela gera os mesmos problemas e os mesmos desafios de tecnologias anteriores. Gostaria de dar uma resposta futurista, dizendo que a inteligência artificial faz isso ou aquilo, mas no fim ela gera os mesmos problemas humanos de desinformação, de precariedade, de concentração de recursos e riquezas na mão de alguns e de uso de recursos naturais como todos os outros.
Com relação à participação dos jovens nessa construção de futuro, Átila diz que as redes sociais têm cumprido um papel importante e crescente no consumo de ciência e tecnologia.
— O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia faz uma pesquisa periódica de jovens que consomem Ciência e Tecnologia, entre 15 e 24 anos. Na última edição, diz que ainda é um papel muito crescente. As redes sociais são fonte de informação, são o local onde os jovens consomem Ciência e Tecnologia. Eles consomem no Google, que não é rede social, mas é site de busca, e isso é 80% jovens, que têm Tik Tok, YouTube, Instragram, que são os meios mais usados pelos jovens para consumir informação.
Quanto à crise climática, Átila diz que a sociedade terá de encarar uma série de desafios. Entre eles, um ponto central diz respeito à uma mudança de postura de uso de recursos naturais.
— A gente trata recursos cada vez mais como uma coisa a nos servir e que podem ser usados indefinidamente e em quantidades crescentes. E não é assim que recursos finitos se comportam. Apesar de termos encontrado mais formas de encontrar petróleo, por exemplo, por que ele nunca acabou como a gente pesava que acabasse. Então a consequência do uso desse petróleo, que é a emissão de carbono, passou a ser um limitante. E é ela que dita agora quanto petróleo a gente deveria consumir, que é muito menos do que a gente consome, senão nada. Então, os recursos aparecem, a gente encontra novas formas de explorá-los, mas vivemos num sistema fechado onde tudo o que a gente usa e libera fica aqui conosco.
Programe-se
Veja a seguir a programação completa da primeira edição do Simpósio - O Futuro que Queremos, promovido pela Fundação Marcopolo, na segunda (19) e terça-feira (20), no UCS Teatro. Os ingressos são gratuitos, disponíveis neste link.
Segunda-feira (19)
14h30min - Palestra: "Como Sabemos que Estamos Mudando o Clima", com o biólogo Átila Iamarino (evento fechado para escolas).
19h30min - Palestra: "Qual o Risco da Inteligência Artificial Tomar Conta do Mundo", com o biólogo Átila Iamarino.
Terça-feira (20)
8h30min - Painel: "O Futuro das Cidades", com o antropólogo colombiano Santiago Uribe Rocha.
10h45min - Debate: "O Futuro da Inovação", com a doutora em Biotecnologia, Scheila de Avila e Silva; o cientista político belga, Jean-Edouard Tromme; e o diretor de Estratégia e Transformação Digital da Marcopolo, João Paulo Pohl Ledur.
14h - Painel: "Diálogos Para a Transformação Social e Segurança Pública", com o Tenente Coronel Comandante do 12º BPM, Ricardo Moreira de Vargas; e o rapper Chiquinho Divilas.
14h30min - Painel com Projetos Sociais de Caxias do Sul: Mosaico na Quebrada, Fluência Casa Hip Hop, Projeto Semente Conquista e Projeto Mão Amiga. Mediação: jornalista e escritor Carlinhos Santos.
15h30min - Painel: "Cidadania x Desigualdade. A Formação do Brasileiro do Futuro", com o jornalista Caco Barcellos. Mediação: editor de variedades e colunista do jornal Pioneiro, Marcelo Mugnol.