Ambiente de trabalho para 75 famílias caxienses, a Cooperativa Paz e Bem, no bairro Santa Fé, ganhou mais cores e mais vida. Em parceria com o estúdio Santa Lata, que tem à frente o artista visual Andrigo Martins, foram grafitadas a fachada e as paredes internas do pavilhão onde chegam, por dia, cerca de 40 toneladas de lixo para serem destinados à reciclagem.
Intitulada Persopa, misturando o conceito de sopa de letras do graffiti ao trabalho com personagens que é característica do Santa Lata, a ação ocorreu nos últimos dois finais de semana, e neste domingo foi feito um evento para apresentar o resultado à comunidade, com direito a música ao vivo e outras intervenções ao longo da tarde. O presidente da cooperativa, Tiago Pavelski, comemorou a parceria:
- A gente quer que as pessoas enxerguem o material reciclado de uma forma mais positiva, conhecendo melhor o trabalho que a gente desenvolve aqui. Nós recebemos muitas visitas de escolas, de escoteiros, de projetos educacionais, e queremos que estas pessoas saiam daqui com uma imagem mais positiva e mais alegre.
Entre os desenhos elaborados pelos 15 artistas que emprestaram seu talento à causa, estão representados alguns personagens que ajudam a contar a história da cooperativa, especialmente às crianças que conhecem o espaço em visitas escolares. São o Homem Prensa, a Recicla Girl, o Super Latinha e o Capitão Cartela, este um super-herói idoso, representando o público que faz a maior parte das doações da campanha Cartela do Bem, que arrecada cartelas vazias de comprimidos. O vilão da história, claro, é o Poluidor.
Para Andrigo Martins, artista conhecido pelo engajamento especialmente em causas que envolvem as periferias de Caxias, a parceria entre o estúdio e a cooperativa foi um passo a mais no sentido de valorizar as famílias que atuam na reciclagem do lixo:
- Foi um trabalho de revitalização que ficou muito bonito, deu uma cara nova a este espaço onde os trabalhadores passam o dia. É legal poder trazer um pouco mais de cor, que traz junto mais autoestima para essa galera. A ideia é fazer mais edições do Persopa futuramente, contemplando não só o graffiti, mas também outros movimentos que vão trazer ainda mais inclusão e arte para a Zona Norte.