O grito que há oito anos estava preso na garganta da comunidade carnavalesca caxiense finalmente foi posto pra fora na noite desta sexta-feira, com a retomada do Carnaval das escolas de samba na cidade. A Rua Plácido de Castro serviu de passarela para quatro escolas que desfilaram diante de um público empolgado com o retorno da festa popular, que desde 2017 não era realizada.
Era quase 21h quando a primeira escola a desfilar, a Unidos do É o Tchan, do bairro Bom Pastor, adentrou a Plácido. Ao longo da noite ainda desfilariam as escolas XV de Novembro (do Beltrão de Queiroz), Acadêmicos Pérola Negra (Mariani) e São Vicente (Jardelino Ramos), que chamou a atenção com uma participação do grupo de grafiteiros CTGKlan, liderado pelo artista visual Fábio Panone Lopes. Os artistas produziram obras com temática carnavalesca em pleno desfile.
Um dos destaques da Unidos do É o Tchan, a rainha da escola e ex-rainha do Carnaval caxiense Joice Rodrigues, 40, relatou a emoção que sentiu com o desfile, certamente compartilhada por grande parte dos que participaram pelas quatro escolas.
- Apesar da dificuldade enfrentada, o empenho de todo mundo e todo o auxílio que recebemos de entidades parceiras ajudou para que o Carnaval pudesse acontecer e a gente está muito feliz. A emoção que senti voltando a desfilar foi muito grande e me deu a esperança de que no ano que vem vamos voltar com tudo, como é o objetivo de todos que estão envolvidos - comentou.
Destaque da escola XV de Novembro, Edi Cristina da Rocha, 49, que é cadeirante, comentou que a sensação de voltar a desfilar foi de "alma lavada", especialmente para pessoas que, como ela, têm uma ligação da vida inteira com o Carnaval:
- Eu desfilo desde o fim dos anos 1990. A emoção deste ano foi única, porque foram muitos anos longe da avenida. E ainda me colocaram pra sair bem na frente. Quase não consegui segurar o choro. Foi um desfile pequeno ainda perto do que a escola pode apresentar, mas que aqueceu os nossos corações e tenho certeza que também o de quem veio para assistir.
Com o abadá da escola XV de Novembro e um chapéu panamá, o prefeito Adiló Didomenico fez a entrega simbólica da chave da cidade para o Rei Momo, Diogo Braga da Rosa, e depois aproveitou a festa, participando do desfile de todas as escolas quando estas passavam em frente ao espaço reservado para as autoridades. Mais cedo, no palco onde se apresentariam os músicos contratados para apresentar os sambas-enredo de cada escola, o prefeito falou sobre a importância de devolver o Carnaval a Caxias:
- O Carnaval tem de voltar para ficar em Caxias, porque a cidade é de todos e esta é a festa mais democrática que temos. É uma festa alegre, que entusiasma a todos, que fomenta a economia e valoriza as comunidades.
O evento, que foi viabilizado em parceria da prefeitura com o governo do Estado, através do programa Pro-Cultura, também foi prestigiado pela corte da 34ª Festa da Uva, que chegou à Plácido junto da corte carnavalesca. A rainha, Lizandra Chinali, aproveitou para convidar o público para a festa que se inicia na próxima quinta-feira (15), mesma data em que ocorre o primeiro desfile cênico na Rua Sinimbu.
- Estamos lisonjeadas de poder estar aqui trazendo este convite, numa noite tão importante para a cidade que é a de retomada do Carnaval. Queremos que todos vocês curtam e vivam conosco a Festa da Uva, e que possamos criar lindas memórias.
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