O Hospital Nossa Senhora da Oliveira, de Vacaria, recebeu via Ministério da Saúde a habilitação de oito leitos de Unidade de terapia intensiva (UTI) para pacientes com covid-19. O convênio de 90 dias, compreendeu o período de 10 de julho a 10 de outubro. Antes de sua finalização, o Estado e a 5ª Coordenadoria Regional da Saúde monitoraram a ocupação dos leitos e como ela ficou abaixo de 50% entre setembro a outubro, não houve a esperada prorrogação da habilitação federal para os próximos meses.
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Conforme a diretora do hospital, Irmã Adelide Canci, com a preocupação da não renovação, juntamente com o secretário de Saúde de Vacaria, Márcio Tramontina, foi decidido manter cinco leitos com recursos municipais a partir do dia 11 de outubro. O hospital atende além de Vacaria, oito municípios da região, além de receber pacientes de todo o Estado, via Central de leitos. Tramontina explica que com a preocupação e necessidade em manter os leitos, havia sido feito o pedido de prorrogação do convênio antes de sua finalização, conforme a orientação do Estado.
— Eles [Estado] nos informaram que o pedido não foi aceito em função da taxa de ocupação e que talvez, poderiam habilitar cinco leitos. Então, nos pediram para refazer o pedido para cinco leitos, ao invés de oito. Como não tivemos retorno, conversamos com o jurídico e decidimos fazer um aditivo para custear os cinco leitos — afirma, Tramontina.
Nos primeiros 15 dias, o próprio município custeou e no restante, o valor foi dividido com os outros oito municípios da região dos Campos de Cima da Serra (Campestre da Serra, Pinhal da Serra, Monte Alegre dos Campos, São José dos Ausentes, Jaquirana, Esmeralda, Muitos Capões e Bom Jesus) de acordo com a quantidade de habitantes.
100% de ocupação no início desta semana
A preocupação do hospital e da região com a manutenção dos leitos pelo Estado aumentou ainda mais nessa semana, pois na última segunda-feira (02), todos os leitos estavam ocupados.
Eram dois pacientes de Vacaria, um de Bom Jesus e dois de Palmeiras das Missões, via Central de Leitos . Até o início da manhã desta sexta-feira (06), estão internados na UTI, três pacientes com coronavírus. Na internação clínica-ala covid-19, são nove leitos, dos quais quatro estão ocupados.
— Precisamos manter esses cinco leitos, pois não temos uma certeza de quando vai terminar a pandemia. Até porque, não atendemos só o município e região, mas também damos um suporte para todo o Estado via Central de Leitos — destaca a diretora Adelide.
Auxílio do Ministério Público
O Ministério Público de Vacaria, juntamente com o município, enviou um ofício ao Ministério da Saúde solicitando à União que habilite novamente esses leitos, para que seja possível continuar com o serviço. Tramontina coloca que o município não esperava a não renovação, pois tinham a informação de que automaticamente, o serviço seria renovado.
Na próxima quarta-feira (11) finaliza o aditivo de manutenção dos leitos por parte dos municípios, por isso, eles esperam um retorno garantindo a prorrogação. O secretário de Saúde de Vacaria, afirma que no dia 30 de outubro foi recebida uma mensagem do Estado informando apenas que o pedido teria sido aceito, mas nada está concreto.
— A mensagem dizia: "a proposta enviada para o site para a prorrogação de cinco leitos para Vacaria foi aprovada". Então questionei se será publicada portaria e por quanto tempo seria a habilitação dos leitos, mas ainda não tivemos retorno. E é só com a portaria que conseguimos a habilitação dos leitos, pois precisamos dos recursos, diz Tramontina.
O valor de manutenção é de R$ 1.600 por dia para cada leito de UTI covid-19, o que totaliza R$ 240 mil por mês, um valor elevado para o município custear, mesmo com o apoio dos demais, explica o secretário.
— Hoje mesmo vou falar com o jurídico do município para buscarmos uma cotação para os próximos 30 dias, além de falar com os outros oito municípios para vermos as possibilidades dos próximos 30 dias.
Tramontina garante que os municípios não podem pensar na possibilidade de ficar sem os leitos. Então, mesmo que estejam com esperanças que sejam habilitados os recursos federais, eles precisam estruturar a possibilidade de continuar mantendo-os com recursos municipais.
— O serviço prestado é excelente, mas precisamos do custeio por parte do Ministério da Saúde. É importante mantermos os leitos, tanto para o município, região e Estado. Segunda-feira estava com 100% de ocupação. E se não tivéssemos esses leitos, onde iriam esses pacientes? O Estado teria leitos disponíveis? — conclui.
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