O cenário é uma sala de espera, onde quatro personagens aguardam pelo famoso Dr. Clóvis Schartzmann. Em comum, o fato de todos sofrerem de transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), um distúrbio psiquiátrico em que pensamentos repetitivos invadem a pessoa involuntariamente, como um disco riscado que fica repetindo sem parar o mesmo trecho da música, patinando na cabeça até que a pessoa realize um ritual muito particular e metódico para amenizar a ansiedade.
Sucesso de público em quatro temporadas realizadas desde o Porto Verão Alegre, em janeiro deste ano, TOC - Uma Comédia Obsessiva Compulsiva chega a Caxias do Sul para sessão única, neste sábado (30), na Casa da Cultura.
Divertido, com diálogos ágeis e um tanto inusitados, o espetáculo promete mergulhar em medos e angústias, compondo um mosaico essencialmente humano. Um retrato em que nossas manias e fragilidades tanto podem nos arrancar gargalhadas quanto despertar para o autoconhecimento.
— Por mais que seja um espetáculo de humor, o assunto é tratado com muito respeito. É uma peça que fala de encontro e humanidade. Isso é fundamental para estabelecer empatia com o público. E falar de humanidade é muito pertinente no momento que vivemos no país, olhar para o outro e saber respeitar — defende Lutti Pereira, que assina a direção.
Escrito por Artur José Pinto, autor de alguns dos maiores sucessos do teatro gaúcho, como Homens de Perto e Inimigas Íntimas, a montagem leva ao palco um elenco de peso: Daniel Lion, Juliana Barros, Letícia Kleemann e Vinícius Petry — todos com participações importantes na cena porto-alegrense. Detalhe: os personagens foram pensados sob medida para cada um dos intérpretes, escolhidos a dedo por Lutti Pereira.
— Primeiro eu pensei nas pessoas. Precisava de atores com determinadas características. E os personagens foram escritos para essas pessoas. Como o Artur (José Pinto, dramaturgo) conhece todos eles há bastante tempo, os diálogos ficaram muito naturais. O meu trabalho, na direção, foi mais para orquestrar os talentos em cena — comenta Pereira.
DEBATE
Ao término da apresentação, a psicanalista caxiense Margane Mazzochi comanda um bate-papo sobre transtorno obsessivo-compulsivo, oportunidade para o público conhecer um pouco mais sobre o distúrbio que afeta cerca de 2% da população, segundo estudo publicado na revista Psychiatric Clinics of North America, dos Estados Unidos.
— O humor é uma forma de dar um destino mais criativo para nossos males e nossas dores. Quem vai numa peça de teatro e se identifica com os personagens ou consegue rir, está colocando uma possibilidade de pensar sobre as situações apresentadas. Acho muito saudável. Seria ideal que fizéssemos mais vezes — acredita Margane.
PROGRAME-SE
:: O que: espetáculo TOC - Uma Comédia Obsessiva Compulsiva.
:: Quando: neste sábado (30), às 20h.
:: Onde: Teatro Pedro Parenti, na Casa da Cultura (Rua Dr. Montaury, 1333).
:: Quanto: ingressos a R$ 50 e R$ 25 (estudantes, idosos, Clube do Assinante RBS, cartão Sesc, associados do Sindiserv, Cpers e Sinpro), à venda no site tcheofertas.com.br e na bilheteria do teatro.
:: Duração: 70 minutos.
:: Classificação indicativa: 10 anos.