Vestido, sapatinho de cristal esquecido e príncipe encantado. Estes três elementos evocam a fábula de Cinderela, que tem sua versão mais conhecida assinada pelo francês Charles Perrault, em 1697. Pensar em uma roupagem para a clássica história infantil adaptada ao século 21, foi a missão da escritora mineira Paula Pimenta em "Cinderela Pop", livro que virou o filme homônimo que chega aos cinemas.
O sapatinho foi substituído por um tênis. O príncipe encantado virou um astro da música. Se não bastasse estas trocas, a protagonista na tela grande é vivida por Maísa Silva, 16 anos, uma das atrizes adolescentes mais conhecidas do país – tanto por seus trabalhos na TV (sobretudo novelas do SBT) quanto por sua postura “sincera” nas redes sociais.
Em "Cinderela Pop", Cintia Dorella (Maísa) é uma menina comum de 15 anos: não desgruda do seu celular, adora música pop e precisa lidar com o drama da separação dos pais. Ao descobrir a traição do pai com a assessora dele, a jovem decide morar com sua tia Helena (Elisa Pinheiro), que a incentiva em seu hobby – ser DJ aos finais de semana.
Em uma dessas noites de apresentação, a garota acaba se apaixonando por um jovem mascarado em um baile. Desacreditada no amor, ela nem imagina que o menino misterioso é Fredy Prince (Filipe Bragança), um cantor pop amado por milhares de adolescentes de todo o país. Aos poucos, o romance se torna inevitável.
Assim como no conto de fadas, os obstáculos não param de surgir na trama. A DJ Cinderela, como é chamada em seu trabalho noturno, precisa lidar com as interferências de Cesar (Marcelo Valle), pai distante que está preocupado com a educação da filha, além dos planos maléficos da madrasta Patricia (Fernanda Paes Leme) e suas duas filhas gêmeas Gisele (Kiria Malheiros) e Graziele (Letícia Faria Pedro). Além disso, as próprias inseguranças da adolescente – tão comuns da idade – garantem a dramaticidade necessária para o enredo se desenrolar.
O longa-metragem repete a dobradinha de Bruno Garotti com os dois protagonistas e reafirma seu talento em trabalhar com atores juvenis. Maísa Silva trabalhou junto com o cineasta em Tudo por um Popstar (2018), produção que levou mais de um milhão de espectadores aos cinemas. Já Filipe Bragança, que vive o mocinho Prince, protagonizou Eu Fico Loko (2017), também sob direção de Garotti.