Se você curte aqueles filmes que transmitem lições grandiosas para a vida, aumentam muito as chances de você curtir o britânico Acertando o Passo, estreia desta semana na Sala de Cinema Ulysses Geremia, em Caxias do Sul. E preste atenção: aqui as lições surgem por meio de personagens veteranos, todos com mais de 60 anos, ou seja, é bom o espectador respeitar esses vovôs e levar a sério o que eles têm a ensinar. Dirigido por Richard Loncraine (mais conhecido pelo trabalho primoroso de direção na série Band of Brothers), o filme peca por empilhar alguns clichês no roteiro, mas consegue envolver com simpatia e um bom texto.
O longa acompanha a reinvenção de uma mulher já na terceira idade. Sandra (Imelda Staunton, estrela de filmes como O Diário de Bridget Jones e Nanny McPhee) é uma senhora distinta da alta sociedade britânica planejando a vida após a aposentadoria do marido. Só que o cruzeiro que ela pretendia fazer para comemorar um novo momento do casamento vai por água abaixo quando descobre que o marido a está traindo... há cinco anos. Eis o primeiro aprendizado do filme: a fossa por amor não poupa ninguém, nem integrantes da terceira idade. Arrasada com a atitude do marido, Sandra surge na vida da irmã mais velha, a cativante Bif (Celia Imrie). As duas são o oposto uma da outra, enquanto a caçula é arrogante e sofisticada, a mais velha é extrovertida, leve e desapegada de padrões.
A resistência inicial de Sandra ao estilo de vida da irmã – que esbanja liberdade em assuntos como sexo, diversão e até uso de drogas – logo dá lugar a novas possibilidades para a distinta senhora se redescobrir. Para facilitar as coisas, a reaproximação com Bif surge com um pacote muito divertido incluso: um grupo de dança (composto só por idosos) e um novo amor. Charlie, o homem que se interessa por Sandra, é um dos personagens mais tocantes do filme, talvez resultado da comovente atuação de Timothy Spall.
Ao lado da irmã e dos novos amigos, Sandra vai adentrando de forma natural no que poderia ser a maior sessão de terapia de sua vida. Longe do marido, a quem dedicou a vida inteira, ela acaba encontrando a personalidade que havia se apagado no casamento. Segundo aprendizado do longa: nunca deixar ninguém ou nada anular quem somos.
Os escapes cômicos dão uma luz interessante à história – tente não rir vendo velhinhos fazendo piadas com suas próprias desgraças, fumando maconha e até fugindo da polícia. A dança é outro elemento importantíssimo do longa e, por meio dela, o espectador capta outros novos aprendizados, como a importância de se desafiar, de perder o medo de errar e de, às vezes, se deixar conduzir pelo olhar do outro. Ah, e que uma vida sem música nunca vale a pena.
Veja o trailer:
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:: O quê: longa britânico Acertando o Passo, de Richard Loncraine.
:: Onde: Sala de Cinema Ulysses Geremia, no Centro de Cultura Ordovás (Rua Luiz Antunes, 312).
:: Quando: estreia nesta quinta e fica em cartaz até o dia 19 de agosto, com sessões de quinta a domingo, às 19h30min.
:: Quanto: R$ 10 e R$ 5 (estudantes, idosos e servidores municipais).
:: Duração: 112min.
:: Classificação: 14 anos.
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