O público de Caxias do Sul tem pelo menos três bons motivos para prestigiar a edição deste mês do projeto Quinta Sinfônica. O primeiro deles é que a Orquestra Sinfônica da Universidade de Caxias do Sul (Osucs) sobe ao palco do UCS Teatro às 20h30min desta quinta-feira para uma apresentação sob a batuta de Diego Schuck Biasibetti. O músico é violoncelista e regente assistente do maestro Manfredo Schmiedt na Osucs e violoncelo solista na Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa) e na Orquestra Unisinos Anchieta.
Outra boa razão para não ficar em casa é a participação de Fabiane Oliveira como solista convidada. Primeira flauta na Osucs desde 2010, a musicista porto-alegrense será o destaque da noite, quando a formação interpretará o Concerto para Flauta Nº 1 em Sol Maior K 313, de Wolfgang Amadeus Mozart. Uma peça de 1778 composta sob encomenda para um rei flautista que, como descreve a artista, destaca a pomposidade e elegância do monarca.
— É um concerto super especial. Muito galante e cujo primeiro movimento é um allegro maestoso (alegre majestoso). Rápido e também pomposo, já que um rei não corre, um rei desfila — afirma Fabiane, orgulhosa com a oportunidade de apresentar-se como solista à frente da formação.
Biasibetti completa:
— Mozart escreveu muitos concertos, principalmente para violino, clarinete e piano. Escreveu alguns para flauta, num estilo clássico da sua época. Tudo o que escrevia era bastante virtuoso. Ele mesmo era um virtuose, não tinha limites, um gênio, e conseguia transpassar isso nas composições.
Em terceiro, mas mas não menos importante, é o programa da noite. Além do Concerto para Flauta, a Osucs executará um arranjo de Gustav Holst para Fugue á la gigue BWV 577, de por Johann Sebastian Bach. Escrita por Bach no século 18 para órgão de tubos, a composição ganhou arranjo e orquestração no século 19, quando Holst adicionou pequenas melodias para que pudesse ser apresentada por orquestra. E o fez em forma de giga, um tipo de dança barroca.
O gran finale do repertório está reservado para a Sinfonia em Dó menor EG 119, de Edvard Grieg. Finalizada em 1864 e também conhecida por a "Sinfonia Proibida", ficou trancafiada por mais de 100 anos, já que no próprio manuscrito Grieg escreveu "nunca mais pode ser executada", conta o maestro. Isso porque o autor não considerava a peça à altura de outros compositores contemporâneos a ele, como Mendelssohn e Schumann.
— Grandes orquestras descobriram que de ruim não tem absolutamente nada. É uma super sinfonia e muito vibrante. Bastante alegre, eletrizante. Somente a partir dos anos 1980 é que começou a ser apresentada com frequência. Muito possivelmente é a primeira vez que vai ser executada no Brasil — acredita Biasibetti.
Convidados
Normalmente, o Quinta Sinfônica recebe músicos convidados de fora da orquestra e da cidade. Mas uma das características do projeto também é proporcionar que integrantes sejam solistas nos concertos.
PROGRAME-SE
:: O quê: Quinta Sinfônica com maestro Diego Schuck Biasibetti e solista Fabiane Oliveira (flauta).
:: Quando: amanhã, às 20h30min (duração: 90 min).
:: Onde: UCS Teatro (Bloco M da UCS, Cidade Universitária, Caxias do Sul).
:: Quanto: R$ 10 (balcão e plateia baixa), R$ 20 (mezanino), R$ 30 (plateia) e R$ 40 (camarote), com meia-entrada para idosos e estudantes. Pontos de venda: Loja UCStore, na Galeria Universitária, e na Livraria do Maneco, no Centro.
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