A primeira imagem de Eu, Daniel Blake é uma tela escura. Não vemos nada, apenas ouvimos um homem responder um questionário padrão para saber se será considerado apto a receber o chamado Auxílio Financeiro ao Trabalhador. "O senhor consegue erguer o braço direito até a altura do bolso da camisa?", pergunta a atendente do serviço que, saberemos em seguida, foi terceirizado pelo governo. "E o esquerdo?" "O senhor consegue pôr um chapéu na cabeça?" "E apertar um botão?" As perguntas se sucedem, e a paciência do interrogado
se esvai. "Já respondi tudo isso naquele formulário de 52 páginas", ele diz, irritado. "Tive um ataque cardíaco. Meus dedos estão bem. Você não vai perguntar sobre o meu coração?"
Crítica
Comovente, filme vencedor de Cannes narra jornada de homem desassistido pelo Estado
"Eu, Daniel Blake", de Ken Loach, estreia nesta quinta-feira nos cinemas
Daniel Feix
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