O vozeirão contagiante da texana Annika Chambers não poderia estar em lugar mais adequado do que brilhando nos palcos do mundo. Mas o talento da cantora permaneceu por muito tempo escondido do público, pelo menos durante os quase oito anos que ela passou no Exército dos Estados Unidos. Apesar de sonhar em servir a seu país desde criança, a vida como assistente de recursos humanos da corporação não permitia que Annika se dedicasse a uma paixão ainda mais antiga: a música.
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Ela resolveu arriscar tudo em 2012, participando da International Blues Competition (IBC). O concurso não concedeu o principal prêmio a Annika, mas foi o responsável por revelá-la como expoente da soul music americana. Sorte do público do Mississippi Delta Blues Festival, que poderá conferir a performance da cantora no dia 26 de novembro.
– Trabalhei em Kosovo e no Iraque. Senti que era hora de seguir em frente. Eu, definitivamente, queria ir atrás da minha verdadeira paixão – conta a artista.
Mas se o Exército “escondeu” Annika do mundo por um tempo, ele também serviu como um dos canais para que ela descobrisse sua vertente atual. Afinal de contas, foi um colega sargento que a apresentou ao blues.
– Eu estava no Kosovo e tinha acabado de me apresentar com um coro gospel para uma competição de talentos. Depois disso, um sargento veio até mim e disse que queria me mostrar o blues. Tenho estado apaixonada desde então – revela.
Depois de chamar atenção no IBC, Annika escalou o baixista Larry Fulcher (dono de dois Grammys por seu trabalho ao lado do guitarrista Taj Mahal) e o proprietário do Montrose Studios, Richard Cagle, para trabalhar num disco próprio. Assim foi concebido o álbum Making My Mark. O trabalho conquistou a cena blueseira de Houston, cidade natal da vocalista, lançando ao mundo um timbre poderoso e apaixonado.
– A música é parte da minha alma, ela conta minha história. Você pode sentir quando estou triste. Você pode sentir quando estou com raiva. Você pode sentir quando estou feliz – explica ela, citando Aretha Franklin, Etta James, Koko Taylor e Ray Charles como suas maiores inspirações.
No MDBF 2016, Annika deve cantar no Magnolia Stage (que recebe apenas atrações femininas), acompanhada da Igor Prado Blues Band. O show deve seguir um repertório de canções autorais e clássicos do universo da divas do blues/soul como I’m a Woman e Id Rather Go Blind.
– Espero que todo mundo embarque no trem e passeie comigo num soul revival – convida ela.
Conheça Annika Chambers