A Cachorro Grande curtiu tanto que está prolongando até agora uma certa experiência transcendental vivida na noite de 2 de março. Abrindo o show dos ídolos Rolling Stones em Porto Alegre, os caras tiveram parte dos olhos do mundo em cima deles, e a ideia foi montar um repertório com um pouco de tudo que já haviam feito. Deu tão certo que eles têm levado esse show para outro lugares, inclusive para Caxias do Sul, onde se apresentam nesta sexta.
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– Eu não consigo falar daquele show ainda, te juro (risos), só que nós nunca mais vamos ser os mesmos, nossos shows nunca mais vão ser os mesmos. Foi a coisa mais incrível que aconteceu na nossa vida, e não tô falando como um cara que toca numa banda, tô falando de vida pessoal. Muito antes de imaginar que eu ia tocar numa banda, (Stones) já era minha principal referência. Quando acontece isso, cara, estamos até agora bobos. O tempo que temos de folga aqui em São Paulo e nos encontramos para tomar alguma coisa, a gente fica mais de 40 minutos sem falar nada um com o outro, só pensando (risos), e eu espero carregar isso para o resto da minha vida, foi um dia grandioso – dimensiona o vocalista Beto Bruno por telefone, enquanto caminha pelo centro de capital paulista, casa da banda porto-alegrense há 12 anos.
Na verdade, a apresentação que a Cachorro Grande traz a Caxias ainda é um resquício da turnê do álbum Costa do Marfim (2014). O trabalho, considerado um divisor de águas na carreira da banda, injetou uma boa dose autoral no rock feito por eles e contou com a importante colaboração do sexto "Cachorro": um jaguara de marca maior chamado Edu K. A parceria está ganhando repeteco na gravação do oitavo álbum de estúdio da banda, com previsão de lançamento para julho.
– Edu K, aquele cara do De Falla... uma vez era meu sonho ir num show deles, conhecer um deles, agora eu acordo com o Edu K bêbado na minha sala (risos). É um amor que rola – diz Beto Bruno.
A Cachorro Grande não quer ficar presa na rota do Costa do Marfim, mas pretende exercer mais uma vez a liberdade de criação que foi tão benéfica na concepção do álbum. O disco no qual estão trabalhando agora, ainda sem nome, está em fase de mixagem e foi gravado em 70 dias de imersão total no estúdio.
– Estamos procurando fazer um som mais sofisticado e mais parecido com as coisas que estão acontecendo lá fora, a gente leva em consideração esse discos que estão saindo do que sobrou do britpop, o Kasabian, a gente ainda estuda naqueles primeiros discos dos Stone Roses, Chemical Brothers é a maior influência também, não consigo parar de ouvir – comenta o vocalista, citando ainda os dois últimos álbuns de David Bowie, a fase eletrônica do The Clash e toda obra dos Mutantes como influências atuais.
As mudanças parecem ter aproximado a Cachorro Grande do público, algo cada vez mais importante para quem já está há mais de 15 anos na estrada:
– Nosso público não é bobo, são uns "doente" igual a nós (risos). Eles sacam quando a gente tá com tesão nas coisas, isso dá mais vontade de ir no nosso show, de escutar um disco nosso.
PROGRAME-SE
:: O que: show da Cachorro Grande
:: Quando: nesta sexta, às 23h
:: Onde: W Stage, projeto dentro da Wood's Caxias (Augusto Pestana, 145)
:: Quanto: pista entre R$ 35 e R$ 60, mezanino entre R$ 45 e R$ 80, e meia-entrada a R$ 30 e R$ 40, à venda na T-Shirts' Store (Prataviera Shopping - (54) 3025.5100) ou no site www.sympla.com.br