Aos 12 anos, o garoto Juvelino Daneluz ficou encantado com a chama crioula trazida até a Vila de Santa Lúcia do Piaí por um grupo tradicionalista do CTG Manotaço, de Gramado. Na ocasião, um dos integrantes declamou a poesia Porteira Quebrada, despertando o interesse de Juvelino. Tinha início a paixão do guri pela cultura gaúcha, algo que o acompanha até hoje e faz dele uma referência no assunto.
Seu Juvelino, que completou 80 anos no último dia 15 de agosto, nasceu na localidade de Nova Camaldoli, interior do distrito de Santa Lúcia, em 1944. Neto dos imigrantes italianos Silvano Daneluz e Tereza Viganó, foi o sétimo filho do casal Pedro Daneluz e Bernardina Andreatta.
Conforme informações disponibilizadas pela família, a trajetória dos Daneluz remonta aos primórdios do século 20. O bisavô Giovanni Daneluz estabeleceu-se na 6°Légua de Caxias e, posteriormente, em Nova Camaldoli, nos anos 1920, período em que os Monges Camaldulenses estavam na localidade.
INÍCIO COMO PROFESSOR
Auxiliando o pai e atuando como carreteiro, Juvelino cresceu em meio às demandas do campo. Iniciou seus estudos na Escola Santa Lúcia, dirigido pelas irmãs do Sagrado Coração de Maria – sua primeira professora foi dona Conegunda Tomazzini. O garoto permaneceu no convívio familiar até os 16 anos. Já em 1959, iniciou o magistério no Colégio Murialdo de Ana Rech, onde formou-se professor rural em 1962.
A trajetória na docência teve início em 1964, na escola Doutor Abelardo José Nácul, em Capão Bonito, à época pertencente a Lagoa Vermelha – onde permaneceu até 1972. Voltando para Caxias, lecionou por um período em Flores da Cunha. Já de 1973 a 1980, atuou na Escola Rural de São Virgílio, onde encontravam-se dois conterrâneos de Santa Lúcia, os professores Mário Frizzo e Albino Andreis.
Por fim, foi professor, secretário e bibliotecário na Escola Professor Apolinário Alves dos Santos, onde se aposentou após 14 anos de trabalho, em 1995.
A FAMÍLIA
Seu Juvelino casou com Izabel Therezinha Frizzo em 27 de janeiro de 1973, na Igreja Matriz de Santa Lúcia do Piaí. Filha do sapateiro Atílio Frizzo e de dona Vitalina Ferrazza, Izabel também dedicou-se ao magistério, atuando na Escola Santa Lúcia e posteriormente na Aquilino Zatti, onde se aposentou.
Da união de Juvelino e Izabel nasceram os filhos Alexander Luis Daneluz, Fabian Pedro Daneluz e Clarissa Rita Daneluz. Eles são ainda avós de Luiza Paes Daneluz, Isabella Paes Daneluz, Francisco Pistore Daneluz e Guilherme da Rosa Daneluz.
Espirituoso e dono de uma memória invejável, seu Juvelino atualmente reside em uma chácara em São Luís da 6ª Légua. É onde valoriza a vida em família, a leitura, a escrita de poesias e o encontro com os amigos... Sempre mantendo as tradições gaúchas.
AGROPECUÁRIA
Juntamente com parentes, seu Juvelino foi um dos fundadores, em 1977, do Piquete de Laçadores Vovô Silvano Daneluz, ainda em atividade. Com amigos, também organizou o grupo “Cavaleiros da Liberdade”, responsável por cavalgadas mensais para localidades da Serra. Na área profissional, fundou a Agropecuária Daneluz, atualmente administrada pelos filhos.
PARCERIA
Informações e fotos desta página são uma colaboração do historiador Éder Dall’Agnol dos Santos.
CENTENÁRIO EM 2025
Santa Lúcia do Piaí dá início a uma série de atividades alusivas ao seu centenário, em 2025. Conforme destacado por Éder Dall’Agnol dos Santos, diretor do Centro de Memória do Distrito de Santa Lúcia do Piaí, o antigo vilarejo foi elevado à categoria de distrito via Ato Nº 90, de 30 de dezembro de 1924, pela então Intendência de São Sebastião do Caí. Porém, a lei foi publicada apenas no ano seguinte, em 1925.
Interessados em colaborar com fotos e depoimentos sobre suas famílias ou outros momentos históricos relacionados ao distrito podem entrar em contato com Éder pelo e-mail ederdallagnol89@gmail.com ou fone/whats (54) 98148.7060.