Familiares e amigos prestam nesta sexta-feira (17) as últimas homenagens ao acordeonista e maestro Eleonardo Caffi, falecido na última quinta-feira, aos 93 anos. Será durante a missa de sétimo dia, às 19h, na Catedral Diocesana .
Autor do Hino de Caxias, composto em 1961, o professor Caffi foi um ícone no cenário musical da cidade. Conforme destacado neste espaço no último sábado, em mais de 70 anos dedicados ao acordeon, o músico compartilhou seus ensinamentos com nomes como Adelar e Honeyde Bertussi, Edson Dutra, Antônio Carlos Cunha, Edison Campagna, Darcy Mandelli, Ilceu Prux, Paulo Siqueira, Daltro Bertussi, Gilney Bertussi e Itajaiba Mattana. Sem falar nos milhares de alunos e alunas que passaram pelo lendário Conservatório Musical Rossini, fundado por ele e pelo pai, o também maestro Angelo Caffi.
Acordeons Mondiale
A partir de uma triagem feita junto ao vasto acervo preservado pela família, trazemos aqui alguns dos tantos momentos emblemáticos dessa trajetória. Entre os destaques estão as duas imagens de divulgação feitas no Studio Geremia, com o professor junto aos acordeons “gigantes” Mondiale – encomendados por Caffi à firma Bosi & Cia Ltda, de Alberto Bosi, em 1958 (abaixo).
Ambos os instrumentos têm histórias curiosas: o modelo botão foi doado ao Museu do CTG Rincão da Lealdade. Já a gaita piano foi adquirida ainda nos anos 1960 pelo mítico conjunto “Os Incríveis”, indo parar até em um dos quadros do Programa Sílvio Santos.
A saber: integrantes de bandas e conjuntos de pop-rock que agitaram Caxias nos anos 1960 e 1970 também tiveram aulas com “o mestre”. Entram aí Lobo da Estepe, Os Geniais, Os Jetsons 2001, Nove Meses Depois e Os Pedreiros.
O Conservatório Musical Rossini
Nascido na Itália em 1928, Eleonardo Caffi chegou a Caxias em 1950, após passagens por Soledade e Porto Alegre. Por aqui, começou a dar aulas em uma sala na Rua Pinheiro Machado, próximo ao Cine Ópera.
Pouco depois, estabeleceu o Conservatório Musical Rossini (cuja sede ficava em Porto Alegre) no segundo andar do casarão localizado na esquina da Av. Júlio de Castilhos com a Rua Guia Lopes, defronte ao Edifício Paraíso. Era onde dava aulas e também morava com a esposa, Nives, e os filhos Wilson, Carmen e Norma.
Na imagem abaixo, o Conservatório por volta de 1961. Conforme a família, as aulas ocorreram ali até o início da década de 1980.