Ponto de referência da Rua Marechal Floriano até hoje — principalmente para quem tem mais de 40 anos —, a antiga Industrial Madeireira Ltda foi uma das maiores empresas do setor e projetou o nome de Caxias Brasil afora desde 1934, quando foi fundada.
Foi por ali também que passaram gerações de marceneiros, carpinteiros, entalhadores e diversos outros profissionais do setor moveleiro, responsáveis pela produção do famoso mobiliário “casa de vó” — aqueles armários e cômodas de portas onduladas e puxadores de baquelite que fizeram história no design da Serra.
Texto publicado no álbum bilíngue Centenário da Imigração Italiana no Rio Grande do Sul (1875-1975) abordava a produção e a diretoria de 45 anos atrás, quando a então Companhia Industrial Madeireira - Indústria, Comércio e Reflorestamento era reconhecida como um dos mais importantes empreendimentos madeireiros do Brasil:
“Produz, com elevada tecnologia, madeiras em geral, beneficiadas e aparelhadas, lambris, compensados de madeira de pinho e de lei, caixas comuns e caixas Taylor, placas de madeira mineralizada Imaclite e móveis para escritórios, operando com produção própria e de terceiros e dispondo de amplas reservas florestais. As vendas nos últimos anos foram das mais significativas, e os principais países compradores foram Holanda, Bélgica, Alemanha, Inglaterra, Porto Rico e Argentina. Novas fábricas deverão aumentar em muito a produção nestes próximos anos. E, para tanto, concorre a aliança com os grupos Madezorzi e Eberle, para exploração de grandes reservas florestais em Porto Velho e Vila Rondônia, no Território Federal de Rondônia (Amazônia). São diretores da importante empresa os senhores Luiz Jahir De Zorzi (diretor-presidente), Ary Zatti Oliva (diretor comercial), Augusto Oscar Viero (diretor de produção), Arno Armando Viero (diretor administrativo) e Luiz Mércio De Zorzi (diretor de exportação)”.
Na imagem acima, da esquina da Marechal Floriano com a Rua Antônio Prado, o complexo por volta de 1986, quando a empresa já havia encerrado as atividades. Era a época em que o quarteirão estava prestes a receber as interferências e demolições para o surgimento do Centro Comercial Alvorada. Com o novo empreendimento também foi feito o “corte” do terreno – e o prolongamento da Rua Dal Canalle até a Marechal Floriano.