Inaugurado em 9 de março de 1957, o Hospital Nossa Senhora de Fátima (atual Virvi Ramos) teve o lançamento de sua pedra fundamental exatos dois anos antes, em 12 de março de 1955. Foi quando uma cerimônia junto ao terreno do então longínquo - e deserto - bairro Madureira reuniu integrantes das famílias idealizadoras do hospital, autoridades civis e religiosas e diversos convidados.
Toda essa badalação foi registrada pelo Studio Geremia, conforme vemos na sequência de imagens desta página. Na foto acima, o momento em que o engenheiro Romano Lunardi (responsável pela obra, de terno branco) e os irmãos Virgílio (ao centro) e Dirceu Ramos (filhos de Virvi Ramos e Filomena Manfro) colocam alguns documentos dentro da estrutura.
Não foi possível identificar todas as pessoas que aparecem na imagem, mas, entre outros, estão o médico Rubens Ramos (de óculos, bem à esquerda), o casal Zilá Spinato Ribeiro e José Ribeiro, o frei capuchinho Dionísio Veronese, as senhoras Luiza Ronca e Clélia Spinato Manfro (de vestido poá, junto aos netos), o bispo Dom Benedito Zorzi, o prefeito Hermes Webber e o médico Virvi Ramos.
Na foto abaixo vemos também a menina Clélia Vitória Ramos, juntamente com a avó Clélia Manfro e os irmãos Virgílio e Dirceu - o caçula Rodrigo ainda não havia nascido. Conforme recordado por seu Dirceu, na pedra fundamental consta um poema escolhido por seu pai, o dr. Virvi, admirador da obra da poetisa chilena Gabriela Mistral - cujos versos resumem bem a postura humanitária do fundador e da instituição:
“Aquele é quem critica. Este é quem destrói. Sê tu quem serve”.
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Outros registros
Abaixo, outros dois registros da solenidade de 65 anos atrás. No primeiro, vemos o engenheiro e construtor Romano Lunardi (à frente), Remídio Ronca (de óculos escuros), Rubens Ramos e a esposa Vera Sassi Ramos, José Ribeiro, Julio Rosa Cruz e dona Luiza Ronca. À direita, os irmãos Clélia Vitória e Virgílio Ramos.
Na última foto aparecem Romano Lunardi, Rubens Ramos, José Ribeiro, a senhora Luiza Ronca, o padre Orestes Valetta (encoberto, ao lado do bispo Dom Benedito Zorzi), o prefeito Hermes João Webber, o médico Virvi Ramos e os filhos Dirceu (de camisa branca) e Virgílio.
A Rua Alexandre Fleming
Na sequência do lançamento da pedra fundamental, “nascia” também a Rua Alexandre Fleming, batizada em homenagem ao médico e bacteriologista britânico Alexander Fleming (1881-1955), descobridor da penicilina e então recém-falecido.
Matéria do Pioneiro de 2 de abril de 1955 trazia a notícia:
“Acolhendo a indicação da Câmara de Vereadores, feita nesse sentido por iniciativa do sr. Manoel Ramos de Castilhos, o prefeito Hermes Webber vem encaminhar projeto de lei ao Poder Legislativo Municipal, dando a denominação de Alexander Fleming à rua que, partindo da rua Duque de Caxias, em direção Norte, se situa entre os terrenos de propriedade da viúva Clélia Manfro e herdeiros Viero. Na respectiva exposição de motivos, o prefeito diz, entre outras justificativas, que, relativamente ao trecho escolhido para ser designado como Rua Alexander Fleming, trata-se de rua em que se está construindo moderno estabelecimento hospitalar, em local com ampla visão panorâmica da cidade, a qual nos parece muito adequada para levar o nome do insigne cientista”.
Agradecimento
A coluna agradece a Marion Martinato e ao senhor Dirceu Ramos, pelo auxílio na identificação das imagens.
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