Quem passou pela Metalúrgica Abramo Eberle ao longo do século 20 sabe o que significava receber o famoso relógio de ouro. Assim como o distintivo, o relógio era o símbolo que marcava os 25 anos de atuação na empresa, entregue em solenidades marcadas por discursos de agradecimento, foto oficial e álbum assinado por diretores e colegas de seção.
Foi o que ocorreu em 21 de janeiro de 1957, quando o senhor Graciano Filippini, à época encarregado de um dos grupos de operários da seção de polidores, foi homenageado por sua trajetória na fábrica, iniciada em 20 de janeiro de 1932. Como a data exata caiu em um domingo, a cerimônia do jubileu de prata foi realizada um dia depois, recebendo destaque no Boletim Eberle, conforme texto original reproduzido a seguir:
“A solenidade contou com a presença de elevado número de colegas de serviço e da direção da firma. Procedeu a entrega do Distintivo de Ouro - símbolo de 25 anos de trabalho na Maesa -, o senhor Júlio João Eberle, diretor da metalúrgica. Das mãos dos senhores Caetano Pettinelli e Ildefonso Eberle, diretores-gerentes, recebeu o homenageado, respectivamente, o Relógio de Ouro e o álbum, contendo as assinaturas de todos os companheiros de trabalho”.
Abaixo, o texto completo.
O discurso
O discurso, proferido pelo senhor Clodomiro Marques Baptista, também foi reproduzido na íntegra no Boletim Eberle de janeiro de 1957 (fotos acima).
Confira um trecho:
“Por isso é que repetimos: o teu jubileu de prata não é marcado apenas pelo tempo que cumpriu sua marcha, mas, sobretudo, pela forma com que empregaste esse tempo. Apraz-nos, pois, apresentar em nome dos diretores da Maesa e dos companheiros de trabalho os mais efusivos cumprimentos pela vitória que alcançaste, fazendo votos que ainda por muitos anos continues entre nós, com teu edificante exemplo de amor ao trabalho, e outrossim, que sejas sempre muito feliz juntamente à tua exma. família."
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O cenário
Até meados dos anos 1950, as solenidades costumavam ocorrer nas seções específicas onde os funcionários jubilados atuavam - cortação, gravação, limagem, polimento, etc. Tanto que a maior parte dessas imagens traz um cenário bastante parecido - e por vezes meio caótico, junto à fiação e ao maquinário.
Trata-se de uma mesa de escritório, com o homenageado sentado ao centro, ladeado pelos diretores, e os colegas ao fundo. Tudo demarcado pelas colunas e enormes janelões da fábrica (atual estacionamento das ruas Os Dezoito do Forte e Borges de Medeiros).
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A partir dos anos 1960, as solenidades passaram a ocorrer no Salão Nobre (ou Salão de Honra), localizado no último andar - onde também eram afixados, em enormes painéis na parede, as placas de bronze com os nomes dos jubilados. Todo esse espaço foi revitalizado e hoje abriga o Instituto de Leitura Quindim.
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Você possui fotos antigas de familiares que completaram o jubileu de prata na Metalúrgica Abramo Eberle? Envie as imagens, acompanhadas de um breve histórico, para o e-mail rodrigolopes33@gmail.com.
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